Momento Espírita
Curitiba, 27 de Abril de 2024
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A novela O estranho caso do Doutor Jekyll e Mister Hyde, do escritor escocês Robert Louis Stevenson, foi traduzida para o idioma português com o título O médico e o monstro.

Ganhou o palco dos teatros e as telas do cinema, em várias versões.

Retrata a história do renomado médico Doutor Jekyll que, desejando separar seu lado sombrio, havia criado uma poção que o libertava de suas amarras morais, transformando-o em uma criatura sem qualquer escrúpulo.

Surgia Mister Hyde, figura que impressionava por seu aspecto sombrio e que passou a ser conhecido, no meio policial, pelos seus arroubos de selvageria.

Assim, em certos momentos, ele era o Doutor Jekyll. Em outros, se transformava no desalmado e sem remorsos Mister Hyde.

Depois de certo tempo, a personalidade cruel se sobrepõe à do médico, que não mais consegue retomar as rédeas de sua vida como um homem normal.

Ele perde o controle sobre as mudanças de personalidade e percebe que deverá viver, em definitivo, como mister Hyde, o que o deixa em desespero.

O desfecho é trágico como todas as histórias que envolvem o cultivo do lado sombrio.

*   *   *

Nós, seres humanos, não somos inteiramente bons, nem completamente maus. Carregamos os dois polos, o positivo e o negativo.

Imperfeitos, temos momentos em que nos comportamos como o lado sombrio do Doutor Jekyll.

Como não dispomos de uma poção para separar o nosso lado bom do lado sombrio, nos servimos de máscaras para esconder nossos defeitos.

Alguém que nos veja no templo, no culto, em ambiente social, poderá ser levado a pensar que somos um modelo de ser humano a ser seguido e imitado.

Somos gentis, amáveis, sorridentes, desculpando eventuais falhas alheias.

No entanto, por vezes, ao deixarmos esses ambientes, largamos as máscaras da amabilidade, da cortesia, do bom comportamento.

Naturalmente, não somos perfeitos. E não podemos esperar de nenhum ser humano a perfeição.

Nenhum de nós se encontra, nesse estágio, nesta terra de provas e expiações.

Mas, se quisermos, podemos trabalhar, a pouco e pouco, as nossas falhas morais, deixando para trás o homem velho.

Se na volta para casa, no trânsito, nos xingarem por qualquer motivo, relevemos a ofensa e nos mantenhamos em equilíbrio.

Afastemo-nos de quem nos deseja perturbar. Deixemo-lo ir à nossa frente, como queira.

Em nosso lar, evitemos nos comportar como tiranos domésticos.

Elogiemos a esposa e os filhos. Não façamos exigências descabidas, nem reclamações referentes à comida, à roupa passada e demais coisas menores, que ensombrariam o recinto.

No ambiente profissional, não tratemos com rudeza os subordinados, dando ordens sem sentido, fazendo comentários desairosos sobre eventuais adversários, sem qualquer sentimento de caridade.

Assim, modificando os traços negativos da nossa personalidade sombria, vamos desvestindo as máscaras, uma a uma.

Esse trabalho nos compete: deixar brilhar nossa essência de filhos de Deus.

Burilarmos nosso comportamento, perseverar nas atitudes louváveis, nos disciplinarmos.

O tempo é hoje. Comecemos, sem tardança. O mundo aguarda nossa positiva atuação.

Redação do Momento Espírita, com base no livro
 
O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson,
 ed. Penguin Cia.
Em 12.12.2023.

 

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