Momento Espírita
Curitiba, 03 de Maio de 2024
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ícone O dom

Nenhum de nós, neste planeta, é completamente realizado. Quando nos acreditamos sábios descobrimos que, em verdade, absorvemos somente uma insignificante parcela da Sabedoria Divina.

O maior gênio terrestre apenas retém migalhas da Infinita Sabedoria. Cabe-nos explorar uma imensidão, mal entrevista, agora.

O mar imenso, com seus segredos. O infinito azul, com a multiplicidade de mundos e astros e estrelas. Quando nos damos conta disso, nos percebemos muito pequenos e com quase tudo a realizar em termos de ciência, de tecnologia.

Enviamos naves para o espaço, mas não vencemos doenças que nos maltratam a qualidade de vida. Alcançamos avanços tecnológicos que nos tornaram tão próximos uns dos outros que nos parece que, estendendo o braço, alcançaremos o outro continente.

No entanto, ainda sofremos pela morte que arrebanha crianças e jovens dos nossos lares, abraçados por enfermidades agressivas.

E se falarmos em virtudes, dessas que nos fazem eleger alguns homens como excelsos trabalhadores do bem, podemos crer que eles retêm apenas um fragmento da virtude, calculando-se as características do aprimoramento sem fim.

Francisco Cândido Xavier, o homem chamado amor, considerava-se um simples mortal, com dificuldades íntimas que lhe cabia sobrepujar.

Os que colocamos, no altar da santidade, homens como Francisco de Assis, Antônio de Pádua, os descobrimos com emoções e sentimentos ainda por serem lapidados.

Francisco de Assis, retornando de Roma, depois da indiferença do povo pela sua pregação, na cidade que considerava santa, se mostra desalentado ao ponto de se pôr a falar com as aves, desde que os homens não o desejam ouvir.

Concluímos, dessa forma, que existência humana constitui limitação. Somos uma obra inacabada, que carece de retoques, reclama empenho para se tornar uma obra de real qualidade.

Todos, no entanto, recebemos do Criador um dom extraordinário: a Imortalidade.

Isso nos acena com a esperança plena de nos alçarmos a níveis de sabedoria nem imaginados ainda, a alcançar virtudes apenas esboçadas na atualidade.

Ao mesmo tempo, nos compromete com a Divindade através de uma dívida inacreditável: Como pagar por esse dom?

E, no entanto, constatamos que só nos cabe viver no mundo, no qual Deus Pai nos colocou e nos servirmos de todos os recursos que esta escola Terra nos possa oferecer.

O Nazareno sentenciou que daqui não sairíamos até termos pago o último centavo.

Isso não se refere somente a resgatar dívidas e problemáticas criadas, no suceder das nossas existências. Também, a aprendermos tudo que este planeta nos tem a oferecer.

E a lei mais imperiosa é a lei de amor. Aprendermos a sorrir de maneira afetuosa, a termos palavras de entendimento, a oferecermos apoio autêntico, assistência espontânea.

Em síntese, nos tornarmos solidários, fraternos.

Cientes de nossas possibilidades de crescimento, vivermos agasalhando mais amor em nosso coração, mais experiência em nosso cérebro e mais trabalho em nossos braços, a favor do semelhante.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
 
Criador, Criação, Criaturas, do livro Seareiros de volta,
por Autores diversos, psicografia de Waldo Vieira, ed. FEB.
Em 9.8.2023.

 

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