Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone O livro da natureza

Lemos, em precioso artigo de um jornalista e navegador: Os aprendizados que vêm da natureza são simples, poderosos e nos dão bons exemplos todos os dias. Basta enxergá-los.

Já nos recomendou um Sábio das terras galileias, há uns dois mil anos, que contemplássemos a Criação. Serviu-se de sementes, de lírios do campo, de aves do céu, de redes e peixes para Seus ensinos.

Louvou o cordeiro, a ovelha. Também recordou da prudência das serpentes.

Dedilhou suas mais belas canções no alaúde de um imenso lago, que os homens chamaram de Mar da Galileia.

A natureza. Um grande livro, um dicionário que decifra significados e nos mostra sinônimos.

Um livro de História antiquíssima, que guarda os feitos e os fatos das múltiplas gerações, grafando traço a traço na casca dos troncos das árvores.

Ou na escultura das rochas milenares, grafadas pelos ventos e pelas águas.

Um livro de orações que nos convida a agradecer o nascer do sol, com o trinar dos pássaros em prece, no alvorecer; que finda o dia cantando, feliz pelas horas vividas; que louva o Criador com o vento que sussurra segredos entre as folhas.....

Sim, basta ter olhos de ver, ouvidos de ouvir. Ver a água transparente que inicia num pequeno olho que brota da terra, e se dispõe a viajar, milhas e milhas, desejando alcançar o oceano.

E é o imenso oceano que nos ensina a grande lição da aceitação do outro.

O oceano não recusa o rio doce, não recusa rio algum.

A água une e dissolve. É a sua natureza.

Não há esta e aquela água, somente água.

Um par de gotas mal se encontra e já são uma só. Mal se veem e são o oceano.

E o oceano recebe homens maus, recebe traficantes de armas, refugiados, enamorados.

O oceano recebe exércitos de guerreiros. E batalhões de paz.

Homens que viajam a negócios. Pessoas que gozam férias.

Como seria bom se aprendêssemos a ser mais humanos, imitando o oceano.

Encontrarmos o outro e nos reconhecermos irmãos, sem preconceitos, sem erguer muros nem barreiras.

Vermo-nos como seres criados pelo mesmo Senhor absoluto dos mundos, com a mesma finalidade: chegarmos ao oceano da perfeição.

Assim, enquanto peregrinamos pelos rios da vida, bastaria nos unirmos, entendermos que todos estamos a caminho e formarmos uma Humanidade fraterna.

E como rios não obedecem fronteiras, lançam-se onde queiram, assim deveríamos ser também.

Sem distinção de raça, credo, nacionalidade, nos permitirmos ser cidadãos do mundo.

Quão mais simples seria a vida se nos sentíssemos assim: gotas formando rios, rios caminhando para o oceano, transpondo fronteiras amigas.

Sermos água límpida, que sacia a sede; que lava as sujidades; que limpa a atmosfera quando despenca dos céus, em abundantes jorros.

Simplesmente água, que tem a mesma composição no alto da montanha europeia, no interior da floresta americana, na fonte que apenas murmura, em nascente tímida em algum lugar deste planeta.

Aprender com a natureza. Simples como as pombas, prudentes como as serpentes.

Majestosos como os lírios dos campos, confiantes como os pássaros dos céus.

Criaturas de Deus. Seres imortais.

Redação do Momento Espírita, a partir de inspiração no artigo
 
O oceano recebe todo rio, de Lucas Tayuil de Freitas,
 da
Revista Vida Simples, edição 169, de abril/2016.
Em 23.6.2023.

 

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