Momento Espírita
Curitiba, 03 de Maio de 2024
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ícone Conhecendo-nos, conhecer o outro

Quanto mais adentramos na experiência de conhecer a nós mesmos, mais aptos estamos para conhecer o outro que está ao nosso redor.

Curioso esse caminho.

Não se trata de uma investigação deliberada da vida alheia. Não se trata desse costume pernicioso que adquirimos de falar de terceiros e julgar seus atos sob nossa ótica, sempre limitada.

O caminho é outro.

O autoconhecimento é a chave de uma vida de convivência mais harmônica.

Ao vislumbrar a nossa própria essência, ao começar a entender quem somos, por que somos e para que somos, surge, naturalmente o irmão de caminhada, nas mesmas condições.

Não somos cópias uns dos outros, obviamente, mas partimos todos do mesmo princípio e estamos destinados ao mesmo fim.

Isso nos coloca em pé de igualdade. Esse conhecimento, por si só, já deveria retirar algumas barreiras, alguns muros que construímos entre nós, por conta própria, e que não fazem sentido algum em existir.

A convivência possibilita, por exemplo, que nos espelhemos uns nos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através da bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância em que a vida nos situa.

O conviver é uma escola de virtudes múltiplas com aulas todos os dias.

Esse nos ensina paciência. Aquele nos dá aulas de simpatia. Aqueloutro ministra a cadeira de desprendimento. Um terceiro, nos é professor de tolerância.

Dessa forma, ao mesmo tempo que vamos nos encontrando, vamos também encontrando o outro em nosso caminho e percebendo que ele está ali para somar conosco.

Ele está ali como um irmão e não como adversário.

Foi por entender essa relação eu-outro que Jesus propôs a prática do como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles.

Jesus parte do princípio que queremos o melhor para nós mesmos. Parte, portanto, de um protótipo de autoamor.

No entanto, como essa conta fecharia, se apenas estivéssemos todos trabalhando por aquilo que fosse o melhor para nós mesmos?

Surge a necessidade de uma troca, de uma reciprocidade. É aí que entra a proposta de fazer ao outro aquilo que gostaríamos que o outro nos fizesse.

Dentro dessa proposição, continuamos recebendo o melhor, pois ora somos nós mesmos, ora é o outro cuidando de nossas necessidades.

Assim se constrói, dentro da lei de amor, uma sociedade civilizada, uns cuidando dos outros, uns provendo o que aquele outro não tem condições de dar conta sozinho.

É essa lei de amor que faz com que o autoconhecimento gere mais empatia com o próximo.

É ela que faz com que o amor que se doa, se converta em autoamor.

Em suma: quando estamos nos conhecendo melhor, também estamos conhecendo nosso irmão de jornada; conhecendo melhor nossos pais, nossos irmãos, nossos filhos e, até mesmo, os nossos desafetos.

Imaginemos que o coração deles é como o nosso, porém, cada um num momento diferente de caminhada, cada um com uma história distinta, com vitórias na bagagem e vitórias ainda por vir.

Procuremos, assim, olhar com mais ternura, com mais sentimento de fraternidade para cada um desses que cruza nosso caminho todos os dias.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 52, do livro
 
Ceifa de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 28.4.2023.

 

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