Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone As cores do inverno

Normalmente, quando se fala em inverno, o que nos acode à mente é um quadro imenso, branco, totalmente branco.

A neve é branca, a geada é branca.

O que se destaca na paisagem são os seres humanos, com suas roupas coloridas.

Eles conferem o toque de desacordo à monotonia cromática.

Em certas localidades, no entanto, explodem cores nas alamedas das cidades, na beira das estradas, nos campos.

O homem, sempre inventivo, criou uma lenda para justificar a presença de certas florações, nessa quadra invernal.

Conta-se que, quando Deus estava definindo a época das floradas de cada espécie do reino vegetal, teve uma reunião com todas as árvores.

Como Senhor da Bonança que é, disse que deixaria à escolha de cada uma em que época apreciaria florescer para embelezar o jardim da Terra.

E foram aparecendo os galhos levantados e a voz de uma, de outra, optando pelo outono, pelo verão, pela primavera.

Percebeu o bom Deus que, embora muitas espécies já se houvessem manifestado, nenhuma escolhera o inverno.

Indagou, então:

Queridas filhas da minha Criação, por que ninguém optou pelo inverno?

E cada qual foi dizendo como acontecia o inverno, no seu habitat: Muito frio! Muito árido! Muita umidade! Muita queimada!

Mas, Deus insistiu:

Eu preciso de, pelo menos uma árvore, que seja corajosa para enfrentar o frio, a seca e as queimadas e, ainda, embelezar o mundo.

Então, um galho tímido se ergueu e uma voz se voluntariou: Eu posso florescer no inverno.

Era o Ipê.

A lenda conclui dizendo que, por atender ao pedido divino, ele não somente floresce durante o inverno, mas apresenta diferentes cores e texturas, numa linhagem enorme.

Temos, em decorrência, o Ipê branco, amarelo, amarelo do brejo, amarelo da casca lisa, amarelo do cerrado, rosa, roxo, roxo bola, roxo da mata e púrpura.

De um modo geral, quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada.

Saindo do painel da lenda, lembramos que outras magníficas árvores igualmente florescem no nosso inverno, como o manacá-da-serra e a conhecida como neve da montanha.

Também, várias flores desabrocham, ofertando seu colorido inigualável, tornando essa nossa estação fria, plena de variedades cromáticas.

Elas enchem nossos vasos ou nossos canteiros. São tulipas, orquídeas, camélias, azaleias, cravos...

*   *   *

Essas floradas, que nos encantam os olhos, em plena estação fria, nos dizem de como o bom Deus coloca beleza, mesmo naqueles dias que costumamos chamar de cinzentos.

É um alento de esperança que jamais devemos deixar de observar. Uma lição para as nossas almas. Principalmente, quando atravessamos quadras de dor, onde tudo nos parece sombrio, desalentador.

Estendamos nosso olhar para a natureza e em cada floração, aqui e ali, ouçamos o convite de Deus a retomarmos o bom ânimo.

Sejamos como essas árvores e flores que respondem com cores e beleza, enquanto o frio as abraça.

Sigamos o exemplo do Ipê, cujas flores, mesmo esparramadas pelo chão, formam um tapete amarelo que se destaca no verde das matas, na aridez das calçadas e nas ruas das nossas cidades.

 

Redação do Momento Espírita, com adaptação da
Lenda de criação dos ipês, de autoria desconhecida
 e que circula pela Internet.
Em 5.11.2022.

 

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