Momento Espírita
Curitiba, 21 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Um fato – duas atitudes

Não é estranho constatar que um mesmo fato, vivenciado por pessoas diferentes, em cada uma gere sentimentos e atitudes totalmente contrários?

Que a mesma lição possa ser aprendida por uma e desprezada por outra?

Um desses exemplos colhemos no Evangelho de Lucas. Ele se refere ao banquete, em Magdala, para o qual foram convidados Jesus e dois dos Seus Apóstolos.

Simão era um fariseu, que adorava ostentar suas riquezas e sua posição social. Os banquetes que oferecia, em sua casa, eram comentados por semanas.

Ele convidou Jesus, para se exibir entre os seus amigos.  Também O desejava examinar com a malícia, disfarçada de gentileza.

Quase ao final do banquete, uma mulher invadiu a sala. Como conseguira penetrar na luxuosa vivenda, sem que ninguém a detivesse?

A resposta está exatamente em se saber quem era ela. Miriam, de Migdol ou de Magdala. Ou simplesmente, Madalena.

Uma mulher que vendia prazeres. Era buscada por aqueles que possuíssem muitas posses.

E o próprio anfitrião era um deles. Por isso, não a mandou expulsar. Temia que ela o apontasse perante todos.

As noites com ela eram disputadas, entre aqueles que mais moedas, ou pedras preciosas pudessem oferecer.

Ela ouvira o Messias, uma vez, em Cafarnaum. Amara-O, desde o primeiro momento. Aquele era o verdadeiro amor que ela buscava, há muito tempo.

O amor que enchia a sua alma. Por isso, dirigiu-se a Ele, e, com suas lágrimas, regou Seus pés. Depois, os enxugou com seus longos cabelos negros e, por fim, os ungiu com o precioso perfume de lótus, que trouxera.

O dono da casa ficou indignado. Se o Seu convidado fosse realmente um profeta saberia que aquela mulher era uma impura e jamais se deixaria tocar por ela.

Jesus aproveitou o momento para narrar a parábola dos dois devedores, indagando a Simão qual dos dois deveria amar mais ao senhor que lhes perdoara a dívida: aquele que lhe devia cinquenta ou aquele que lhe devia quinhentos denários?

Suponho, respondeu o anfitrião, que aquele a quem mais perdoou.

O Mestre aproveita para ensinar: Simão, entrei em tua casa e não me deste o beijo. Porém, esta mulher não cessa de beijar-me os pés.

Não me ungiste a cabeça com óleo mas ela ungiu os meus pés com perfume. Por isso, perdoados lhe são os seus pecados, porque muito amou.

Aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama.

A mulher se foi, agradecida. Mudou totalmente sua vida, a partir de então.

Simão, no entanto, se encheu de mágoa. No seu entendimento, Jesus o humilhara, perante os amigos.

Surdo desejo de vingança tomou conta do seu coração. Quando soube da crucificação do Nazareno, mais tarde, alegrou-se.

Porém, a mágoa não o abandonou. Ele alimentou esse sentimento ruim, até o final dos seus dias.

*   *   *

A narrativa nos leva a cogitar como um mesmo fato pode alcançar pessoas de modo tão diverso.

Tudo depende de cada um de nós.

Se desejamos aproveitar a oportunidade, alteramos a rota equivocada. Se rejeitamos o que nos é oferecido, podemos nos infelicitar.

Cabe a cada um decidir, quando o ensino nos alcança. Decidir o que desejamos para nós.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com narrativa
 do Evangelho de Lucas, cap. 7, vers. 36 a 50.
Em 1º.2.2022.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998