Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Eles não percebem

Que os vamos acompanhando com os olhos

Enquanto vão ficando pequenos para a vista

E grandes para o mundo.

 

Eles não percebem

Como nos fascina esse processo de um dia termos sido gigantes,

Que agora os contemplam como quem mira montanhas.

 

Eles não notam

         Que buscar similitudes nos traços é, por vezes, buscar partes de nós mesmos.

Meninos e meninas internos querendo voltar a brincar.

 

Eles não sabem

Que, se pudéssemos, os carregaríamos no colo um tanto mais.

 

Porém, a natureza é sábia.

E as nossas costas ficam frágeis

E as pernas deles ficam fortes.

Precisam caminhar.

 

Eles não percebem

Que lhes demos parte de sua vida uma vez,

E que agora estamos dispostos a lhes entregar a nossa por inteiro.

 

Curioso.

Não precisamos que percebam, enxerguem ou sequer reconheçam.

O amor se alimenta de si mesmo.

*   *   *

Essa nuance do grandioso amor, que traz colorações mil aos corações dos pais, é tão bela como o mais vibrante e demorado pôr do sol dirigido por Deus.

Encontramos um amor que não necessita de retribuição, que não tem interesses, um amor que se alimenta da alegria de amar.

Haverá dia em que todas nossas relações serão assim.

Deixaremos de sair por aí, em desespero, na busca de sermos amados, de sermos completados, de preencher vazios que não conseguimos preencher.

O amor ao próximo, o amor doação, a caridade, irá nos perfazer sem percebermos e, ainda, virá com um sentimento de paz interior, de coragem para enfrentar adversidades e desafios.

Se você já pode amar assim, mesmo que um pouco, mesmo que a poucos, sinta-se feliz. São os primeiros passos. E que belos passos...

Perceba o quanto lhe faz bem amar. Não espere nada em troca, não espere gratidão, não espere reconhecimento. Esse seu amor é muito maior do que isso.

Amor que dá porque recebe é ainda amor pequeno. Amor que dá porque é de sua própria natureza, porque o faz feliz, é amor grande.

Não espere dos filhos, não espere do cônjuge, não espere dos amigos... Com os maiores de todos os amores você já pode contar: com o do Criador e com o seu.

É claro que é bom ser amado, é claro que ainda precisamos de aconchego, de carinho, de apoio, nos momentos em que fraquejamos.

Pois bem... O mundo não é feito apenas de ingratos e insensíveis. Haverá outros assim como você, dispostos a amar, que se aproximarão de você por afinidade, por similaridade de princípios e objetivos.

Por isso, ame! Ame libertando. Ame acolhendo. Ame perdoando. Ame compreendendo.

Ame! E assim como a lama jamais ofende a luz, a ofensa não mais o alcançará.

Ame, sabendo que a miséria é fruto da ignorância. Auxilie as vítimas desse mal. Quantos irmãos necessitam de seu apoio e entendimento.

Ouça sem revolta. Observe sem julgamento. Mas, sempre se proponha a agir, a fazer a sua parte, por menor que possa ser.

Lembre: o amor se alimenta de si mesmo. Por isso, nunca lhe faltará ânimo, vigor e vontade de viver.

Redação do Momento Espírita, com transcrição do
  poema
Eles não percebem, de Andrey Cechelero.
Em 6.12.2021.

 

 

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