Momento Espírita
Curitiba, 25 de Abril de 2024
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Buscar o novo, pensar no novo, criar o novo é, com certeza, salutar.

Porém, oportuno recordarmos que o novo se assenta em bases anteriormente criadas e conhecidas.

Assim, surgem novos ritmos, que, no entanto, se servem das mesmas sete notas musicais, que se alternam em duração, em tonalidades.

No campo da literatura, surgem formas aprimoradas de escrita e expressão, naturalmente, baseadas nas conhecidas letras do alfabeto.

São elas, as bem conhecidas letras, que nos permitem o acesso ao que foi redigido, concebido pela mente do escritor, do romancista, do historiador.

A pintura descobre pitorescas maneiras de expressão, no entanto, baseadas sempre nas cores primárias: amarelo, azul e vermelho.

É importante nos determos nessas informações quando vivemos à cata de coisas diferentes, quando desejamos coisas novas apenas pelo desejo de diferenciadas emoções.

Nesse particular, é bom lembrarmos que nenhum de nós, ao adquirir ingresso para uma conhecida e famosa ópera, pensará que ela foi totalmente modificada.

A tragédia, o amor, os fatos serão os mesmos, podendo apresentar variações de cenário, de figurino, de adereços.

Nenhum de nós irá a um espetáculo de ballet clássico sem a alma suspirando para reviver emoções já vivenciadas.

Pelo contrário, os que o assistimos anteriormente, ficaremos no aguardo do solo que sabemos deverá acontecer, do dueto, sempre fenomenais.

Desejamos reviver aquela emoção, encher os olhos com aquele espetáculo. E o que será diferente serão as performances dos cantores, dos bailarinos.

Será isso que exaltaremos, agradecendo com muitos aplausos o que eles nos permitiram reviver, de forma ainda mais intensa e bela.

O que queremos dizer com tudo isso, convidando os amigos a pensarem conosco é que não desprezemos o feito, o tantas vezes apresentado, ficando somente à cata de novidades.

Se bem lembramos, as palavras do Mestre de Nazaré atravessaram o segundo milênio e ainda não aderimos de forma total a elas.

E será exatamente pela repetição dos conceitos, pela releitura e reflexão dos ensinos contidos no Evangelho que, a pouco e pouco, conseguiremos nos melhorar.

O Apóstolo João, em sua velhice, não se cansava de repetir: Amai-vos, filhinhos, amai-vos.

De quantas lições necessitamos a reprise, continuada, reforçada, a fim de que nos penetre profundamente a alma e se traduza em vivência.

Busquemos, de forma continuada, o Evangelho, lendo-o e tornando-o a ler, redescobrindo conteúdos anteriormente nem sequer percebidos.

É assim que as lições se alicerçam em nossa intimidade.

Tornemos a folhear as mesmas páginas e descubramos, nas suas entrelinhas, algo ainda não aprendido.

Mesmo porque, a cada dia, de forma geral, amadurecemos o entendimento, o raciocínio e isso nos oferece possibilidades renovadas sobre antigos textos.

Valorizemos o antigo. Descubramos as suas nuances.

Permitamo-nos a repetição das lições para guardá-las na memória. Mas, sobretudo, no mais profundo da alma a fim de que extravasem pelas nossas mãos em benéficas ações.

Redação do Momento Espírita
Em 4.8.2021.

 

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