Momento Espírita
Curitiba, 26 de Abril de 2024
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ícone Providência e Solicitude Divinas

Na sala ampla, os jovens estudavam o palpitante tema Providência Divina.

Ideias surgiam, trechos eram lidos, apontamentos trazidos à baila.

Alguns jovens falavam com entusiasmo e profundidade, enquanto outros se mantinham quase arredios.

Foi então que tudo aconteceu. A jovem esbelta e de longos cabelos, pediu a palavra:

Eu sou, sem dúvida nenhuma, a prova da Providência Divina. Nasci em um lar onde recebi o aconchego de minha mãe.

Mas também cedo percebi os desacertos de meu pai, que vivia embriagado.

Quando eu tinha quatro anos, uma irmã veio completar nossa família. Mas os problemas se somavam.

Minha mãe adoeceu e, criança ainda, me vi órfã. Meu pai saiu um dia pelo mundo e nunca mais o vi.

Fomos, minha irmã e eu, para a casa de um tio. Ele era bom, mas não podia ficar conosco.

Então, minha irmã foi para a casa de amigos e eu fui deixada na porta de um Centro Espírita.

Com certeza, meu tio pensou que uma alma generosa me recolheria.

Ele não estava totalmente certo. Foram duas almas generosas que me acolheram. O presidente da Casa Espírita e sua esposa.

Tornaram-se meu pai e minha mãe. Com eles conheci o verdadeiro sentido da família.

E cresci na intimidade do Centro Espírita, acostumando-me a ouvir, aprender, ler e vivenciar a Doutrina Espírita.

Hoje, em plena juventude, sinto-me agradecida por todas as bênçãos da minha vida.

E por isso digo: Eu sou a prova da Providência Divina.

Somente o carinho de Deus, a atenção desse Pai amoroso e bom me poderia ter conduzido a braços de ternura quais os dos que me acolheram como filha.

E somente a Sua bondade me poderia ter conduzido a um local onde, desde criança, tomei contato com a Doutrina dos Espíritos, para me sentir orientada e segura.

Quando a jovem concluiu sua fala, havia lágrimas em muitos olhos e os moços indiferentes que, até há pouco, estabeleciam razões frias, estavam emocionados.

Naquele dia, o estudo completou-se com aquele exemplo vivo.

*  *  *

A Providência é a solicitude de Deus para com as Suas criaturas.

Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas.

É nisto que consiste a Sua ação providencial.

Deus vê as mais profundas dobras do nosso coração.

Todos os elementos da Criação se acham em relação constante com Ele.

Para estender a Sua solicitude a todas as criaturas, não precisa lançar o olhar do alto da imensidade.

As nossas preces, para que Ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante.

Estando ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nEle.

Uma criatura pensa: Deus o sabe.

As diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente.

Deus sabe o que se passa e assinala a cada um o que lhe diz respeito.

Achamo-nos constantemente em presença da Divindade. E Ele tudo vê, tudo provê.

Pai amoroso, infinitamente bom, atende a todos os Seus filhos. Mesmo aqueles que dizem que não creem nEle ou que fingem não acreditar.

Tudo isso porque estamos nEle, como Ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.

Redação do Momento Espírita, com base em fato e nos
itens 20 a 29, do cap. II de
A Gênese, de Allan Kardec,
ed. FEB.

Em 23.6.2021.

 

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