Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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Quando aninhares em teu seio a revolta e o desespero sobrepujar-te a fé e a esperança; quando o anseio de fuga sobrepor-se a teus mais caros sonhos e ideais; quando o mundo afigurar-te um cárcere, não prossigas. Detém o passo!

De que vale seguir adiante, se teus pés pisam, raivosamente, o solo por onde transitas, despedaçando as flores que ornamentam os caminhos?

É tempo de meditar, analisar, pesquisar causas, fatos, soluções.

Estende o olhar ao teu redor. Vê: a multidão nem mais anda. Corre, acotovela-se, esbarra.

Todos apressados, com o véu das preocupações a lhes anuviar o semblante. São rostos que desfilam sofridos, acabrunhados, envilecidos, frios, assinalando-lhes o sepultamento da sensibilidade.

Não te deixes arrastar pelo convencionalismo material. És um Espírito.

Neste momento, te sentes cansado, desanimado ante as lutas que se apresentam, ante os óbices a vencer. Estás esvaído, exausto e envolves teu corpo em ar de abandono...

No mundo em que te situas, campeia em todo lugar a malícia, o vício, a desonestidade. Corações a quem te entregaste, dilaceraram-te as aspirações com estiletes de reprovações e queixas.

Causas pelas quais te empenhaste, ardorosamente, jazem por terra, por deficiência de quem te auxilie, sustentando-as. Sentes que o fardo é por demais pesado e almejas a fuga desabalada.

Entretanto, se te ligasses com o amor infinito, nada disso te afetaria. Se te colocasses em plano superior ao terreno, enxergarias um pouco além do comum e te deixarias arrebatar pela assistência do plano maior.

Deus é o Amor sem limites, a Bondade, o Poder Supremos.

Permite ao teu Espírito dessedentar-se nessa linfa cristalina que jorra abundante e continuamente do Alto. Deixa-o haurir vigor na Força Divina.

Após, verás como as lutas se tornarão insignificantes, as dores diminutas e o próprio fardo, menor.

Há tantas paisagens encantadoras com que podes deliciar-te, amenizando o combate ferrenho, por momentos...

Torna-te como essas avezitas que voejam, alegres, conquistando o espaço azul. Frágeis, pequeninas, marcadas com vida muito curta, passam-na em gorjeios e labuta.

Singra tu também os ares! Teu pensamento pode alçar-te muito acima da maior altitude alcançada por qualquer pássaro.

És filho de Deus e, portanto, herdeiro de Sua assistência.

Abre-te para o Seu Amor e respirarás a brisa reconfortadora de quem se sabe amparado e vibra feliz.

  *   *   *

Faze da tua vida uma senda florida em busca da bondade das almas e da beleza do Universo.

Além das nuvens brilha, eternamente, o sol que após as trevas das noites, resplandece sempre em alvoradas de luz.

Também nos corações em que palpitam esperanças, sempre um sorriso álacre estanca lágrimas de quem padece.

Faze da tua vida um sol, um sorriso, uma esperança. Por onde passes deixa algo de bom, algo de belo.

No futuro, serás lembrado como uma esteira de luz, uma terna recordação, uma carinhosa lembrança, um motivo de saudade, uma dedicação de amor.

 

Redação do Momento Espírita, com artigo de Maria Helena Marcon,
extraído do jornal
Correio da Amizade, de fevereiro/1974, ed. Centro
Espírita Ildefonso Correia e com pensamentos finais do livro
Pensamentos ao longo da jornada, de Alcyone Vellozo,
publicação pessoal.
Em 18.6.2020.

 

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