Enorme
grupo de almas humanas vem se arrastando do atraso
à ignorância, há longo tempo, conforme as posições
mentais em que se aprisionam.
Quantos
são aqueles que nunca se sentem em boas condições
para as atividades nobres da vida?
Quantos
os que juram não ser capazes de estudar, de falar
em público nem em privado, de escrever uma carta
ou um bilhete sequer?
E
os que afirmam não saber conversar com
maturidade; não saber discutir sobre as próprias
idéias, com lucidez, junto a quem pensa
diferente?
É
grande a quantidade de gente que segue dizendo,
com toda convicção, que não sabe dirigir um
automóvel, que não sabe cozinhar uma mínima
alimentação para si mesma, que não sabe
organizar seus aposentos, e assim por diante.
O
que se mostra muito estranho nesses quadros é que
raros, dentre esses indivíduos, fazem algum esforço
para aprender o que não sabem, para superar as próprias
limitações, como se o simples fato de garantir
que não sabem lhes desse alguma satisfação.
Quem
sabe até por não se dar conta da importância de
sair das teias da ignorância, a fim de penetrar
intensamente o clima da vida.
Alguns
alegam, “gloriosos”, que não entendem matemáticas
ou geografias. Há os que detestam os estudos de
psicologia, outros, os de história.
Vários
não entendem nada de biologia, enquanto um grande
número não se interessa pela própria língua
com que se expressa, relaxando nas regras mais mínimas.
A
condição de não saber parece inalterada para
muita gente, que não vê qualquer importância em
saber isso ou aquilo, já que sempre viveu sem
saber.
Alegam
uns, “nunca gostei”, “não consigo
entender”, “não quero nem saber”, enquanto
outros exageram: “não quero nem saber e tenho
raiva de quem sabe”.
Seria
muito importante, para o progresso individual, que
cada coisa não sabida fosse buscada, desde que
representasse verdadeiro valor para a existência.
Seria
valioso se a ignorância não fosse um desastre
intelectual e moral consentido, mantido e cuidado
por esses guardiões do atraso chamados acomodação,
má vontade, desinteresse...
É
lógico que ninguém cobrará conhecimentos
universitários de quem não teve os primeiros
passos da escolaridade; tampouco, ninguém quererá
que todos dominem conhecimentos integrais de tudo.
A
questão é bem outra, como se pode verificar.
Cada
um, no nível em que se acha, deveria buscar
superar-se, procurando conquistar os elementos em
torno do campo de atividades e relacionamentos em
que se move.
Alguém
que consiga falar melhor, comunicando-se melhor,
entenderá melhor e, sem dúvida, se sentirá
melhor diante de si mesmo.
Aquele
que possa localizar-se no mundo, sabendo quem são,
onde se encontram e como são seus vizinhos geográficos,
possivelmente viverá melhor.
Quem
consiga compreender os episódios vividos por sua
sociedade, podendo associar com ocorrências
passadas dessa mesma comunidade, indubitavelmente
terá outra visão do mundo, e, assim, viverá com
mais lucidez.
Somente
com a consciência do quanto é importante evoluir
para deus, seja pelo conhecimento das coisas da
terra, seja por meio das coisas do céu, a pessoa
conseguirá progredir superando seus limites.
Valorizando-se
e imprimindo em seu roteiro terrestre o progresso
esperado, que não vem de deus “de graça”,
mas vem de deus para aqueles que fazem a sua
parte, você contará, só então, com a ajuda
celeste.
Não
se desmereça, mostrando-se sempre incapaz.
Disponha-se
a ler um jornal, uma revista, um livro. Aprenda a
perguntar a quem estudou a sua frente, de modo a
entender melhor.
Desenvolva
o gosto por palestras sobre questões que você
gostaria de conhecer ou entender melhor.
Cultive
o interesse por filmes, por teatro, por tudo que
lhe permita obter outros ângulos de diversas
situações da vida.
Esforce-se,
aprenda, supere-se e experimentará o que
significa penetrar os segredos da vida ou os mistérios
de deus.
Agindo
assim, descobrirá, por fim, como é bom enxergar
através de horizontes mais amplos, como é bom
aumentar a própria luz para andar com segurança
e firmeza pelos caminhos humanos.
Pense
nisso!
Equipe
de redação do Momento Espírita, adaptado do
cap. 8 do livro Para uso diário, ed. Fráter
Livros Espíritas.