Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Frio diferente

Conta-se que, certa noite, a borboleta azul passou pelo jardim e viu uma margarida a tremer de frio.

Zelosa, foi ao quarto de Ana Maria e lhe disse o que estava acontecendo. A menina levantou da cama, calçou seus chinelos, agasalhou-se e foi buscar o vaso onde estava plantada a margarida.

Colocou o vaso sobre a mesinha de cabeceira, olhou para a flor e lhe desejou boa noite. Aqui você não deverá sentir frio. Meu quarto é bem quentinho, durma bem.

Mal se deitara, ouviu um barulhinho estranho. Abriu os olhos e ficou quieta, escutando. O que seria?

Logo, deu-se conta: era o vaso balançando porque a margarida continuava tremendo.

A solução era aquecê-la. Ana Maria tirou o casaquinho da sua boneca e, com cuidado, vestiu a flor.

Durma e sonhe com os anjos. – Desejou a menina, deitando a cabeça no travesseiro e acomodando-se debaixo das cobertas.

Mas, quem sonhou com os anjos foi ela mesma. A margarida continuou a tremer. Não demorou muito para que, com o barulhinho, Ana Maria despertasse outra vez.

Ainda tremendo? Acho que você precisa de uma casa. - Pensou a garota. Olhou ao redor e viu a caixa de papelão onde guardava seus brinquedos.

Retirou todos eles, colocou a caixa em pée acomodou a margarida dentro dela.

Quando estava quase adormecendo, ouviu outro barulhinho. Era a margarida tremendo. Ana Maria se levantou e ficou olhando para a flor.

De repente, lhe acudiu um pensamento. Ela estalou os dedinhos e falou: Já sei o que é!

Então, encostou suas mãozinhas no caule da margarida e beijou com muito carinho as suas pétalas.

De imediato, a flor parou de tremer. E ambas dormiram muito bem a noite toda.

*   *   *

A história é para crianças mas encerra grande ensinamento. Quantas criaturas andam pelo mundo sentindo o frio do desamor.

O amor é a alma da vida e ninguém consegue viver sem amor. Da mesma forma que as flores perecem sem os beijos do sol, as carícias do orvalho e o envolvimento das gotas de chuva, as vidas sem amor igualmente murcham.

Por isso, encontramos, pelas estradas do mundo, pessoas tristes, pessoas amargas, pessoas que perderam o viço e a alegria de viver.

Basta, no entanto, que demonstrações de afeto as envolvam, para que lhes retorne o sorriso e o brilho no olhar, exatamente como a planta que recebe a bênção da chuva, após período de seca.

São comuns as notícias de bebês de saúde frágil vencerem a luta pela vida, graças ao amor de que são objeto. Amor de pais, de irmãos, de médicos e enfermeiras.

Idosos que são abandonados pelos familiares, mergulham em tristeza, perdendo o gosto por quase tudo.

E a terapia mais genial se chama amor. Amor que se traduz em atenção, em um aperto de mão, um sorriso, um abraço, que os faz como que reviver.

Tudo isso é muito natural se considerarmos que fomos gerados por amor, e dele necessitamos para nossa vitalidade.

 E, esse mesmo Pai que nos criou, dispôs em cada filho Seu essa possibilidade de amar, essa força que se renova sem cessar e enriquece, ao mesmo tempo, aquele que dá e aquele que recebe.

Experimentemos o amor.

 

Redação do Momento Espírita, com base no livro
A margarida friorenta, de Fernanda Lopes de Almeida,
ed. Ática.
Em 13.8.2014.

 

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