A doutora Elisabeth Kübler-Ross ficou conhecida, no mundo inteiro, por ter tido a ousadia de falar a respeito da morte e do morrer, um tabu para a maioria das pessoas.
Num momento em que alguns países aprovavam leis que permitiam a eutanásia a doentes ditos irrecuperáveis, ela ensinou como se deve aguardar o momento justo para morrer.
Após alguns derrames, ela ficou totalmente dependente do auxílio alheio. Um processo que, aos poucos, vai minando as faculdades, em especial a paciência, a resistência.
Mas ela afirmava que estava aprendendo as lições da paciência e da resignação, dia a dia.
Sofrendo dores constantes e se sentindo muito fraca, aguardava ansiosa a partida para o mundo espiritual, a vida verdadeira.
Dizia ter muitas lições finais a aprender e que, apesar de todo o sofrimento que enfrentava, era contra aqueles que tiram a vida das pessoas, de forma prematura, apenas porque elas estão sentindo dores ou desconforto.
E ela sabia do que estava falando. Seu calvário não teve limites. Uma mulher totalmente independente e ativa, ficou limitada a uma cama e uma cadeira de rodas.
Acabou-se a privacidade, pois as pessoas entravam e saíam do seu quarto o tempo todo. Em alguns dias, a casa estava cheia de visitas. Em outras, ficava quieta demais.
Enquanto aguardava o abraço caloroso da morte, ela meditava e ensinava.
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Por mais difíceis sejam as lições, é preciso aprender, porque a finalidade da vida é crescer. Cresce-se com o cultivo da inteligência, o aprimoramento dos sentimentos. Nada acontece por acaso.
Depois de passar por todas as provas para as quais fomos mandados à Terra, então poderemos voltar ao mundo de origem, que é o mundo espiritual.
Poderemos sair de nosso corpo, que aprisiona a alma como um casulo aprisiona a futura borboleta e, no momento certo, deixá-lo para trás.
E estaremos livres da dor, livres dos medos e livres das preocupações... Livres como uma linda borboleta voltando para casa... em um lugar onde nunca estaremos sós, onde continuaremos a crescer, a cantar, a dançar, onde estaremos com aqueles a quem amamos e cercados de mais amor do que jamais poderemos imaginar.
Não importam as circunstâncias, não importa o que digam, a vida deve ser vivida em totalidade. Até o último momento.
As derradeiras horas de um agonizante podem lhe servir para se reconciliar com alguém, para dar uma última instrução, para receber mais um abraço.
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Um minuto na vida de cada pessoa é tempo precioso para o Espírito em resgate abençoado.
Quando o homem, esclarecido pela fé religiosa, com fundamento na imortalidade da alma, se compenetrar de sua responsabilidade e do dever de caridade, deixará de lado, definitivamente, a eutanásia.
Tudo fará, então, para cooperar com aqueles que se encontram nos derradeiros momentos de existência que a Justiça Divina concede para a conquista da paz interior e da própria evolução.
Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 39 e 40,
do livro A roda da vida, de Elisabeth Klüber-Ross, ed.
Sextante e no cap. 14, do livro Após a tempestade, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 12.1.2024.
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