Momento Espírita
Curitiba, 25 de Novembro de 2024
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ícone Falar com os mortos

Um dos princípios básicos do Espiritismo consiste na comunicabilidade dos Espíritos.

Ela se dá com o concurso dos chamados médiuns.

Trata-se de homens e mulheres dotados de uma organização física e psíquica especial.

Essa organização lhes permite entrar em contato com os Espíritos desencarnados.

Os talentos mediúnicos são os mais diversos.

Eles variam em espécie, qualidade e intensidade.

Dentre outros, há os que veem Espíritos e os que os ouvem.

Também existem os que facultam que os Espíritos falem por suas bocas ou escrevam por suas mãos.

Por vezes se argumenta que Moisés proibiu os homens de falarem com os mortos.

Entretanto, essa proibição precisa ser analisada no contexto em que foi proferida.

Primeiro, convém salientar que só se proíbe o que é possível.

Ninguém se ocupa de proibir uma conduta que não pode ser realizada.

Na época, o intercâmbio com o plano espiritual dava-se em geral sem cuidado e respeito.

O primitivismo do povo favorecia o contato com Espíritos igualmente carentes de evolução.

Nesses contatos, tratava-se de questões comezinhas.

Falava-se de casamento, heranças, intrigas e bens materiais.

Aliás, na narrativa bíblica há uma passagem evidenciando que Moisés distinguia as comunicações sérias das profanas.

Certa feita, foram-lhe denunciar dois homens que, tomados por Espíritos, estavam a profetizar.

Moisés não adotou qualquer providência contra os denunciados e ainda lamentou que outros não profetizassem do mesmo modo.

Então, a proibição não era absoluta.

Estava vedado o comércio vil com o plano espiritual.

Aliás, no episódio da transfiguração de Jesus, o próprio Moisés, acompanhado de Elias, apareceu em Espírito.

Caso o contato entre vivos e mortos fosse errado, não seria protagonizado por seres tão nobres.

Mas é interessante notar que apenas Pedro, Tiago e João presenciaram esse encontro magnífico.

E o Cristo ainda lhes recomendou que por um tempo guardassem silêncio sobre o que viram.

Após sua morte física, Jesus apareceu não só para Seus discípulos, mas para inúmeras outras pessoas.

Já no dia do Pentecostes, todo o colégio apostólico foi distinguido por dons espirituais.

Há também a previsão do profeta Joel no sentido de que chegaria um tempo em que as manifestações espirituais seriam as mais amplas.

Em seu dizer, os jovens teriam visões e os velhos, sonhos.

Bem se vê que a interação com o plano espiritual constitui um fenômeno crescente.

Ele acompanha a evolução moral da Humanidade.

Hoje já se tem ciência de que os chamados mortos não devem ser importunados para solucionar questões corriqueiras da vida.

O contato com eles, sempre possível, pressupõe respeito e cautela.

Antes de nos lançarmos na empreitada, convém estudar o tema com seriedade.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 3.11.2012.

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