Momento Espírita
Curitiba, 26 de Abril de 2024
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ícone Oração infantil

Dia desses chegou-nos às mãos um recorte de jornal que reproduzia breve oração de uma criança. Não trazia o nome do autor, mas as palavras ali escritas nos levaram a refletir.

Senhor, faze de mim um aparelho de televisão para que meus pais me tratem como eles tratam a televisão.

Para que olhem para mim com o mesmo interesse com que olham para a tela de TV. Especialmente quando a minha mãe assiste a novela favorita e meu pai seu esporte predileto.

Eu quero falar como aqueles homens, pois quando eles falam, toda a família fica em silêncio para ouvir bem o que eles têm a dizer.

Eu gostaria de ver a mamãe se admirar de mim, como ela se admira quando vê a última moda na tela. Eu gostaria que meu pai risse comigo como ele faz quando os artistas contam piadas.

Eu gostaria que meus pais me dessem tanta atenção quanto ao televisor. Quando esse não funciona, imediatamente chamam um técnico para consertá-lo.

Eu gostaria de ser um televisor e assim ser a melhor amiga e a pessoa mais importante para meus pais. Oh, Pai do Céu, se tu me transformasses num televisor...

*   *   *

A criança necessita de carinho e atenção constantes. Se não os recebe na infância, torna-se o adulto mergulhado em si mesmo, carente e aflito, considerando o mundo como uma imensa selva onde cada qual nada mais vê senão a si mesmo.

Os pais são os primeiros seres com os quais contata a criança. Por vezes nos dizem, quando temos bebês, que os devemos deixar no berço por mais tempo, que lhes proporcionar o calor do colo não é aconselhável, pois se tornarão mimados em excesso.

Ponderemos, entretanto, que durante nove meses, o bebê permaneceu na intimidade uterina, ao embalo dos batimentos cardíacos da mãe, nutrindo-se dela como o fruto se nutre da árvore.

Durante esse tempo, ele participou intensamente dos seus sentimentos, medos e inquietações. Natural, portanto, que deseje ampliar, depois do nascimento, o que antes recebia de forma constante.

Crianças desejam e merecem atenção. Não poupemos expressões afetivas, pois que o amor jamais magoa ou perturba, antes se constitui em alimento para as almas.

Disciplina sim, e sempre, pois os seres são entregues por Deus aos pais a fim de que eles colaborem na grande obra da educação dos Espíritos.

À medida que crescem, as crianças sentem mais necessidade de atenção. Quem de nós não recorda, com emoção, os dias das brincadeiras da infância em que a família passava férias no campo, na praia, na montanha?

As viagens, as paradas obrigatórias para comprar sorvete, saborear uma fruta típica. Uma corrida, o jogo de futebol, o descanso na rede, enrodilhados no pai ou na mãe.

Quem não se recorda quantas vezes, assustado, buscou o aconchego materno e encontrou os braços abertos da proteção e a voz doce da segurança?

Não releguemos nossos filhos a segundo plano. Nada no mundo é mais importante do que o ser humano, Espírito imortal em aprendizado na Terra.

Carinhos não distribuídos na infância redundarão em prejuízos afetivos na juventude e na madureza, influenciando na vida pessoal, em forma de insegurança, carências diversas e complexas.

 

Redação do Momento Espírita, com base em texto
de autoria desconhecida.
Em 11.10.2012.

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