Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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Narra uma lenda que jovem mulher passeava com seu bebê, por um campo. Passando em frente a uma caverna, ouviu uma voz que a chamava, acenando-lhe com a possibilidade de riquezas.

A voz lhe dizia que poderia adentrar a caverna, apanhar tudo o que quisesse, não se esquecendo do principal. Depois que saísse, a entrada seria selada para sempre.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Ficou deslumbrada ante o brilho das joias, do ouro, das moedas e das pedras preciosas.

Descansou a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia, em seu avental.

A voz tornou a se manifestar. Agora anunciando que faltavam somente oito minutos antes que a entrada da caverna fosse fechada.

Ansiosa, a mulher recolheu mais algumas moedas de ouro e correu para fora.

Mal fizera isso, a entrada da caverna foi selada. Ela se deu conta então que esquecera a criança deitada no chão, no interior da gruta. E a porta estava fechada para sempre. Desesperou-se.

Esquecera o principal. Fascinada pelas riquezas, esquecera seu bem mais precioso: o filho amado.

Bem lhe dissera a voz para ela não esquecer do principal.

*   *   *

À semelhança da mulher da lenda, andamos no mundo, por vezes, esquecidos do principal.

Supervalorizamos as dificuldades que nos atingem e não nos damos conta das bênçãos que nos alcançam.

Reclamamos das crianças peraltas que teimam, fazem bagunça e nos esquecemos de agradecer a Deus pela saúde de que elas são portadoras.

Quantos pais almejariam ter filhos perfeitos como os nossos, mesmo que isso lhes significasse mais trabalhos e canseiras.

Reclamamos do cansaço que as questões domésticas nos acarretam. É necessário cuidar da casa, da roupa, atender a tantos compromissos. Parece que nunca se terá tempo para descansar.

E nos esquecemos de agradecer a casa que nos abriga, as roupas que nos servem, tudo o que nos cerca.

Quantas criaturas gostariam de estar em nosso lugar, desfrutando dessa mesma situação, não importando o cansaço que isso significasse...

O principal mesmo é ser grato. É descobrir no que temos, no que desfrutamos todos os dias, a generosidade Divina que nos alcança.

Desejaríamos um pouco mais de descanso, mais tranquilidade pessoal, menos problemas, filhos mais calmos. Tantas coisas.

E o principal, em tudo isso, é que estamos vivendo na Terra uma vida cheia de oportunidades de crescimento. Uma vida em que temos afetos, um lar, amigos. Tanto, enfim, a agradecer.

*   *   *

Antoine de Saint Exupéry, o autor da obra O pequeno príncipe escreveu:  O essencial é invisível para os olhos.

Em verdade, o essencial, o principal são os valores espirituais. Dele fazem parte a oração, a crença em Deus, a gratidão, o amor.

Antes que os portais da vida física se fechem atrás de nós, aprendamos a viver em plenitude todas as oportunidades.

 

Redação do Momento Espírita.

Em 14.01.2011.

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