Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Filhos carentes
 

Em 1951, foi realizado um estudo com crianças de cinco anos, a respeito da melhor forma de criar filhos. Tal estudo teve prosseguimento em 1990.

A conclusão foi de que as crianças que, ao se tornarem adultas, tinham mais aflições, problemas emocionais e se davam mal no casamento, nas amizades e no trabalho não eram as filhas dos pais ricos, nem dos pais pobres.

Eram os filhos de pais distantes e frios, que mostravam pouco ou nenhum afeto por eles.

Até alguns anos, podia se conceber que pais do sexo masculino tivessem reservas em matéria afetiva com respeito aos filhos do mesmo sexo.

Isso porque entendiam que abraçar, beijar e dizer: Eu te amo, eram atitudes que poderiam refletir mal na masculinidade do garoto.

Também porque os pais deviam ser respeitados, não demonstravam afeto, acreditando que iriam perder a autoridade.

A psicologia derrubou muitos mitos, declarando que afeto e autoridade casam muito bem e que demonstrar carinho é uma atitude positiva.

Na atualidade, em que são tantas as informações aos pais, em matéria de educação de filhos e formação do caráter, o problema persiste.

A dificuldade está nas pressões que sofrem os pais de hoje. Enquanto pais novatos não cabem em si de contentamento por causa do bebê e se desmancham em mimos, beijos e carícias, em outras famílias a linguagem da ternura cede lugar a palavras duras e grosseiras.

As pequenas falhas no aprendizado das coisas mínimas são recebidas com aspereza e a criança logo é taxada por adjetivos depreciativos.

Em alguns lares, em vez de abraços afetuosos, as crianças curtem a ausência total de qualquer toque de ternura.

Fala-se em maus tratos e se pensa que sejam somente aqueles de ordem física, que mutilam crianças e se tornam manchetes de jornal ou da televisão.

Maus tratos são todas as atitudes que agridam esses pequenos que olham o mundo com os olhos da esperança e a veem desaparecer a cada dia, ao contato rude da amargura que se extravasa em palavras e atos, por parte daqueles incumbidos de amá-los e cuidá-los.

Os pais devem se esforçar por criar um ambiente de tranquilidade aos filhos. Um ambiente em que eles se sintam amados.

Ser bons ouvintes e elogiar com regularidade os progressos alcançados fazem parte do desenvolvimento sadio dos pequenos.

Adaptar a disciplina às necessidades de cada criança e não esperar mais do que o razoável da parte dela é questão de bom senso dos adultos.

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A depressão infantil não é rara.

As crianças se sentem desanimadas e tristes quando recebem agressões verbais e emocionais.

Na qualidade de pais, é nosso dever zelar pelo equilíbrio dos nossos filhos. Por isso mesmo, não nos devemos permitir que a raiva, o cansaço e o desânimo sejam extravasados justamente sobre aqueles que são mais frágeis e estão sob a nossa guarda: nossos filhos.

Para eles, a dose deve ser sempre de amor, recheada de energia e ternura.

 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Pais sob pressão, do jornal O repórter, ano I, nº 1.
Em 17.11.2010.

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