Na Terra, ninguém se encontra em clima de privilégio.
Triunfos, fortuna e saúde não significam concessões de que se pode usufruir sem o ônus da responsabilidade.
Tudo o de que se dispõe na esfera material representa um empréstimo de Deus.
O homem é um simples mordomo, que terá de dar contas de como usou o que lhe veio às mãos.
Poder, riqueza e beleza são pesados testes, face às ilusões que podem provocar.
Mas também representam a Misericórdia Divina a se movimentar em favor de todos.
Esses recursos tão precários podem ser fonte de enorme bem ao seu detentor e à coletividade, se bem empregados.
No devido tempo, cada um é chamado a desempenhar o encargo da abastança e responde pelo que faz.
O encargo costuma ser pesado, pelo condão que possui de suscitar inveja, servilismo e falsidade em torno de quem o desempenha.
Sem falar na vaidade e no orgulho que podem surgir naquele que se imagina especial por dispor momentaneamente de algumas posses.
Contudo, por dourada que pareça determinada situação, ela fatalmente passa e sempre chega o momento em que a vida física se extingue.
Somente perdura o que se fez das posses, o quanto se armazenou em bênçãos, o que se dividiu em nome do amor.
De outro lado, ninguém transita no mundo em estado de desgraça.
Solidão, pobreza, doença e limitações constituem provas redentoras.
Os excelsos condutores da vida planetária delas se utilizam para educar os Espíritos ainda necessitados de transes dolorosos.
Os que se fizeram egoístas, quando ricos, precisam vislumbrar o reverso da medalha.
Os criminosos, os defraudadores da paz alheia, todos sentem necessidade de educar o próprio íntimo, mediante experiências retificadoras.
A desgraça real é sempre o mal que se faz, nunca o que se recebe.
Insucesso social, prejuízo econômico e fatalidades são terapêuticas enérgicas da vida.
Por meio delas, são erradicados cânceres morais de que é portador o Espírito imortal.
A solidão sempre termina por se extinguir, na figura de novas pessoas que chegam.
O abandono, cedo ou tarde, desaparece e a limitação física ou intelectual invariavelmente cessa.
A pobreza também não dura muito, considerando-se a eternidade da vida que jamais se esgota.
Sob a luz do Evangelho, êxitos e fracassos costumam se apresentar em sentido oposto à interpretação humana.
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Jesus foi pobre, conviveu com pecadores, exerceu trabalho humilde, foi perseguido e assassinado pelos detentores do poder transitório.
Mas ressurgiu sumamente glorioso, logo após cessar a experiência carnal que viveu por amor a todos.
Tome-O por Modelo e não se perturbe nunca.
Na glória ou na desdita, permaneça em paz interior e persevere no amor.
Ao final, quando tudo o mais tiver terminado, sua dignidade, a converter-se em luz, será o seu tesouro.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XLV
do livro Leis morais da vida, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 09.09.2010.