Grande parte das pessoas, na sociedade atual, é infeliz.
Muitos são os estudos feitos para se descobrir as possíveis causas da infelicidade do homem moderno. Todos apontam para o grande causador de tudo isso: o próprio homem.
Trazemos, ao nascer, um plano de felicidade. Basicamente, são três motivações que nos levarão a uma satisfação pessoal, se as conseguirmos manter, ao longo da existência.
Uma delas é ter um relacionamento pessoal satisfatório.
Outra, é poder ser útil na comunidade em que vivemos e, por fim, crescer como indivíduo, alcançando a autorrealização.
Se conseguíssemos atender a esses apelos do nosso interior jamais nos sentiríamos infelizes.
No entanto, há apelos muito fortes, que a sociedade impõe, como sendo indispensáveis: ter muito dinheiro, ter fama e ser fisicamente atraente.
É quando entramos na luta por essas conquistas que, muitas vezes, nos infelicitamos.
Isso porque nos esquecemos das aspirações íntimas e desejamos conquistar o que a sociedade convencionou chamar de homem bem-sucedido.
Para subir na vida, chegamos a não nos importar em passar por cima do semelhante, matando uma de nossas motivações íntimas: a de ter um bom relacionamento pessoal.
Deixamos de ouvir a voz da consciência que nos chama à utilidade, junto à comunidade, e lutamos por algo que nos confira status e fama.
Para nos mantermos fisicamente atraentes, nos impomos regimes cruéis, cirurgias e uso de certas drogas.
Quando o corpo físico cobra seus tributos, cabe-nos enfrentar enfermidades e distúrbios variados.
Não nos damos conta de que quanto mais lutamos para ter, mais nos esquecemos de ser. E mais ficamos infelizes.
Os que conseguimos conquistar posses materiais, fama, e uma boa aparência, empregamos o tempo e a saúde para mantê-los.
Os que não logramos realizar esses sonhos estabelecidos pela sociedade, ficamos frustrados por nos julgarmos incapazes.
Jesus, o Excelente Psicólogo da Humanidade, recomendou que empregássemos esforços para conquistar bens que nem a traça nem a ferrugem consomem.
Esses bens são as virtudes do Espírito, que nos seguem pela eternidade afora.
Assim, quando entendermos que o dinheiro é meio e não fim para ser conquistado, a qualquer custo, colocaremos esse bendito recurso a serviço do progresso próprio e dos nossos semelhantes.
Não vos inquieteis pela posse do ouro, recomenda Jesus. E, na parábola do rico fazendeiro, que só se importava em encher os celeiros de forma egoísta, adverte: Insensato que sois! Ainda esta noite te exigirão a alma.
Jesus, portanto, não disse que temos que desprezar os bens terrenos, mas ensinou que eles ficam aqui, quando daqui partimos e que não vale a pena ganhar a vida e perder-se a si mesmo.
* * *
Valemos pelo que somos, não pelo que temos ou pela nossa aparência física.
As virtudes são os tesouros mais preciosos que podemos conquistar.
Lembremos de que nada vale a pena se tivermos que abrir mão da nossa dignidade, da nossa honradez, ou dos nossos valores nobres.
Redação do Momento Espírita, com base
em texto do livro Porque fazemos o que
fazemos, de Edward Deci, ed. Negócio.
Em 24.1.2022.
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