Momento Espírita
Curitiba, 28 de Março de 2024
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ícone Amor aos desafetos

O amor resume toda a Doutrina do Mestre Jesus.

Em resposta à pergunta dos fariseus, sobre qual era o maior mandamento, ensinou que o amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos resumia toda a lei.

Mas quem será o próximo? Será apenas aquele que nos ama?

Em outra passagem do Evangelho, o Rabi nos recomenda que amemos nossos inimigos, que façamos o bem a quem nos odeia e que oremos pelos que nos perseguem e caluniam.

O Mestre nos fala que nenhum mérito teremos em amar somente quem nos ama ou fazermos o bem somente a quem nos faz o bem.

Amar quem nos ama, quem nos trata bem, quem para nós só tem pensamentos bons não nos exige qualquer esforço, é natural de nossa parte. Sorrir a quem nos sorri, ser amável a quem é amável para conosco é fácil.

O que ocorre, no entanto, é que costumamos amar somente quem tem atitudes amáveis para conosco.

Poucos agimos com amor para com aqueles que não conseguem nos amar.

A ideia de amar quem nos prejudica, quem para nós só tem pensamentos negativos, pode nos parecer um tanto absurda.

No entanto, é preciso entendamos o que o Mestre nos quis transmitir.

Ele não quis nos dizer que tenhamos para com nosso inimigo a ternura que dispensamos aos nossos amigos e irmãos, pois a ternura pressupõe confiança.

Não se tem confiança verdadeira em quem nos dirige pensamentos negativos, pois os pensamentos criam uma corrente de fluidos e, se esses são impregnados negativamente, não há como inspirar bons sentimentos.

Mas não devemos, em troca, emitir o mesmo padrão de pensamentos. Ou ter o mesmo tipo de atitudes de quem nos prejudica, pois assim nos igualamos a eles.

Amar os inimigos não é, portanto, ter para com eles uma afeição que não é compatível com os sentimentos negativos que deles emanam e aos quais não somos indiferentes. Mas é não guardar ódio ou rancor ou desejo de vingança.

Amar os inimigos é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem quaisquer condições impostas, o mal que nos tenham causado.

É não opor nenhuma restrição à reconciliação com eles, é desejar-lhes o bem e não o mal, é experimentar alegria com o bem que lhes aconteça, é ajudá-los, se possível.

É, por fim, jamais emitir pensamentos ruins e, muito menos ter atitudes negativas para com eles, abstendo-se por palavras ou por atos, de tudo aquilo que os possa prejudicar.

Como Jesus nos recomendou, é oferecer a outra face, a face da benevolência e do perdão, frente alguma agressão moral, física ou material.

É agir com caridade, pois, se amar o próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação deste princípio, e tal virtude representa uma das maiores vitórias contra o egoísmo e o orgulho.

 

Redação do Momento Espírita com base nos cap. II e XI do livro
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 31.10.2019.

 

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