Ele é um lojista diferente. Não se altera diante das costumeiras oscilações do mercado, mas sofre quando um de seus empregados tem um problema qualquer.
A maneira calma de falar, o respeito pela opinião dos outros, e a ponte do diálogo sempre estendida, é sua prática administrativa.
Ele nunca fez um curso de administração, pouco entende de contabilidade e de economia, porém, sabe como se consegue estimular uma equipe para alcançar os objetivos.
Um homem simples, sem diplomas, mas com grande sabedoria. Faz reuniões periódicas e ouve o que os funcionários têm a dizer. Em tempos difíceis, não acena com possibilidade de dispensa.
Entretanto, costuma esclarecer que a estabilidade da loja depende do esforço de cada um.
Os funcionários chegam visivelmente alegres pela manhã, e terminam o dia com a mesma disposição de ânimo, até mesmo em dias de pouco movimento na loja.
Naturalmente que existem metas a serem alcançadas, contudo, ninguém se desespera quando não consegue, vez ou outra.
Essa prática traz benefícios tanto para o patrão como para funcionários e clientes.
A preocupação do lojista é com o bem-estar geral, acima do lucro. Isso faz com que não precise se desgastar com funcionários insatisfeitos, rebeldes, infelizes.
Por outro lado, as vendas e o lucro acabam sendo uma consequência natural, pois o cliente se sente acolhido e respeitado.
Os funcionários se sentem seguros. A maioria está na loja há vários anos, e nenhum deles pretende sair.
Afinal, quem não gostaria de trabalhar num lugar assim? Nesse local, existe respeito, sinceridade, comprometimento, confiança e lealdade, de ambas as partes...
Na verdade, segundo alguns especialistas, essa é a verdadeira liderança. A liderança compartilhada, a autoridade real, contrária ao despotismo e à tirania, que oprimem e infelicitam.
Se todos os administradores tivessem essa consciência e agissem com seus subordinados, conforme gostariam que com eles agissem, a sociedade seria mais feliz.
Todos se levantariam, a cada manhã, com bom ânimo para ir trabalhar, porque estariam se dirigindo para um lugar onde podem produzir, se sentir bem e serem respeitados.
Quem não gosta de ser valorizado, ouvido e benquisto?
Se somos administradores, consideremos que o comprometimento da nossa equipe não se dará por decreto.
Somos seres humanos, acima de tudo. Patrões e empregados temos sentimentos, sofremos, choramos, temos problemas, amamos e desejamos ser felizes.
Se somos funcionários, busquemos agir, com aqueles que dividem o ambiente de trabalho conosco, como gostaríamos de ser tratados.
Se somos líderes de equipe, consideremos que, em vez de mandarmos e sermos obedecidos, talvez até temidos, seria mais coerente praticar a liderança com humanidade e conquistar uma equipe comprometida, eficaz e invencível.
Pensemos nisso. Afinal, nos encontramos a caminho do mundo de regeneração que começa, em verdade, dentro de cada um de nós.
E se exterioriza através das nossas ações, das nossas atitudes.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.1.2022.
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