Momento Espírita
Curitiba, 13 de Dezembro de 2025
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ícone O mal é o inferno

De uma maneira ou de outra, quase todos trazemos alguns conceitos, mesmo ideias esparsas a respeito das penas futuras, do que nos aguardará depois da morte.

Um sábio escreveu que porque o sofrimento está vinculado à imperfeição, como o gozo à perfeição, a alma carrega em si mesma seu próprio castigo em toda parte onde se encontra.

Não é preciso para isso de um lugar circunscrito. O inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras, e o céu igualmente onde houver almas felizes.

Entendendo essa visão, podemos concluir que todo aquele que pratica o mal carrega consigo seu próprio inferno.

Olhando de fora, podemos não perceber, mas todo perseguidor, todo criminoso encarcera-se no abismo das inquietações.

Onde estiver, ele é prisioneiro da consciência, guardado pelo remorso, que vira ali dentro um sentinela vigilante.

O caluniador, o malfeitor, envolve-se na peçonha dos próprios atos. Emite pensamentos destruidores, como o pântano emite os elementos mortíferos.

Dessa forma, podemos entender que, toda vez que alguém pratica o mal, já está envolvido por suas consequências. Não há como viver com tranquilidade, não há como viver em paz.

Pode, sim, conservar paz ou tranquilidade na casca, nas aparências, e aprende a fazer muito bem. Porém, ela não dura, ela não se sustenta.

Em mensagem belíssima, lemos: A maldade é inferno dos maus.

Quem pratica o mal já está carregando consigo o próprio estado de alma de inferno, situa-se no ponto mais baixo em que pode estar.

Isso, quem sabe, nos ajude a entender a ideia de que quem pratica o mal está em pior situação que aquele que o recebe, que a vítima.

O primeiro está se comprometendo perante as leis e abraçando seu inferno particular, pelo tempo que necessitar.

O segundo, por sua vez, quem sabe, estará se despedindo de um débito de muito tempo, abandonando um passado de dor, expurgando o que faltava de sua cota de dívidas com a Justiça Divina.

Isso também nos ajuda a perceber por que a vingança, a retribuição do mal com o mal, é a pior das escolhas.

Se quem pratica o mal está vivendo o seu inferno, por que nos juntarmos a ele?

Se desejamos nos afastar de um perseguidor, por que aproximá-lo mais ainda, criando laços, indo à desforra, fazendo a tal justiça com as próprias mãos e nos envolvendo com aquela criatura ainda mais?

Se quisermos nos envolver, só se for para estender a mão, só se for para ajudar.

Se ainda não estivermos aptos a isso, pelo menos não compliquemos mais a nossa existência. Não geremos mais mal para nós mesmos.

Exigir justiça, verdade, sim, temos esse direito perante as leis do mundo e devemos fazê-lo. No entanto, ir além disso, desejar criar a nossa própria pena, inventar uma justiça imediata baseada em sentimentos de desequilíbrio, é uma fórmula que nasceu para dar errado.

Confiemos na Justiça maior. Há injustiça no mundo, mas perante a Justiça de Deus nunca temos injustiçados.

Prossigamos carregando dentro de nós a consciência tranquila de não desejar o mal e de não praticá-lo.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base
na pt. 1, cap. VII,
Código penal da vida futura, nº 5,
 do livro
O céu e o inferno, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 10.12.2025

 

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