É comum criticarmos nosso próximo. Parece mesmo um hábito da maioria de nós.
Seria interessante que, antes de partirmos para a crítica, nos colocássemos no lugar dessa pessoa e nos perguntássemos como nós agiríamos, na mesma situação dela.
Será que não faríamos como ela, a quem estamos julgando?
Também poderíamos perguntar a nós mesmos o que já fizemos, em favor dessa criatura em dificuldade.
Auxiliamos alguma vez? Aconselhamos, tomamos alguma atitude antes, para evitar que ela caísse?
Pensemos: o que isso nos diz respeito? Por que criticar se essa atitude não nos afeta e não diz respeito à nossa vida?
Também observar o lado bom da pessoa em questão, a fim de concluir se não temos mais razões para agradecer e louvar do que para aborrecer ou reprovar.
Por vezes, detemo-nos no tal ponto escuro diante de imenso quadro branco. Desconsideramos tudo que aquela pessoa fez de bom, toda sua história.
Simplesmente expomos nossa crítica ácida e desproporcional.
Outra sugestão é recorrermos à memória e lembrarmos, com sinceridade, se já conseguimos vencer qualquer grande crise moral da existência, sem o auxílio de alguém.
Precisamos de ajuda sempre. E não são aqueles que condenam veladamente, aqui e ali, que estão nos auxiliando de maneira eficaz.
Se conseguimos vencer foi com a ajuda dos que nos abraçaram e lutaram conosco.
Na sequência, ponderemos, em sã consciência, se temos certeza da falta pela qual é apontado o outro, em torno de quem somos convidados a emitir opinião.
Quase sempre, estamos ouvindo apenas um lado. E, é bem comum estarmos escutando mentiras ou fatos distorcidos pela maldade daqueles que nos passaram as informações.
Assim, vejamos aonde isso pode nos levar.
De bom tom verificarmos, pelo estudo de nós próprios, se possuímos suficientes recursos para corrigir sem ofender.
Se precisarmos falar, apontar o erro de alguém, temos condições de fazê-lo de forma amorosa, educativa, sem destruí-lo com palavras cruéis?
Consideremos que, de modo geral, aquele que se apresenta como o equivocado, não agiu sozinho. Muitas vezes terá sido induzido ao erro por terceiros.
Todos somos influenciáveis, muito influenciáveis. Obviamente, que a responsabilidade final é sempre nossa, mas pensemos nas tantas ocasiões em que nos sentimos pressionados por forças ao nosso redor.
Ditos amigos, colegas que expõem ideias, que nos sugestionam.
Finalmente, reflitamos na maneira pela qual desejamos ser tratados por nossos amigos quando entramos no erro.
Como gostaríamos que as pessoas entendessem e nos dessem apoio, compreensão.
Mais do que isso, nos estendessem a mão para nos erguer de onde caímos.
Se pensarmos em todas essas questões, antes de nos dispormos a criticar, lembraremos, claramente, que somos todos falíveis.
Hoje é o outro que caiu em erro. E nós? Caímos antes? Ou talvez venhamos a cair mais tarde?
Afinal, nenhum de nós está livre de, antes de concluir a jornada da vida, cometer alguma tolice.
Por tudo isso, antes da crítica, lembremos da compaixão.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 12,
do livro Passos da vida, por Espíritos diversos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. IDE.
Em 3.3.2025
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