Se tens um elogio a proferir,
É tempo agora.
Não aguardes que o vento da morte
Desvaneça da areia da vida
O nome que o merece.
Se há um agravo pungente a perdoar,
É tempo, é hora.
O mais fundo rancor não resiste
A um apelo de braços abertos.
* * *
O poema de Helena Kolody nos faz lembrar do tempo de agora.
E se pensarmos bem, é o único que temos sob nosso controle.
Assim, o convite é que deixemos brotar os bons sentimentos quando eles surgirem. Não os escondamos, não os deixemos abafar em meio a tantas interferências de nosso íntimo e do mundo.
Quem sabe, numa palavra amiga, num elogio sincero, está a força que o outro precisa para se reerguer, para voltar a crer em si mesmo e seguir adiante sem medo.
Quem elogia não se faz menor do que o elogiado. Muitas vezes o orgulho predominante em nós freia tais expressões espontâneas em nome de uma falsa autopreservação.
Tolo orgulho. Quem elogia, humildemente reconhece a grandeza fora de si e aprende com ela.
Esse mesmo orgulho também nos impede, quase sempre, de perdoar ou mesmo pedir perdão.
E como é importante o processo de romper com o ódio, de seguir adiante.
Não se trata necessariamente de esquecer, pois em muitos casos a memória não esquecerá. Trata-se de um acordo íntimo de abdicar do mal da vingança e dos pensamentos negativos.
Seguir a vida carregando rancor é seguir mais pesado, carregando um peso que não nos pertence.
Por isso, é tempo, é hora. Não deixemos para amanhã.
Se precisarmos pedir perdão, juntemos as forças, oremos e vençamos essa barreira interior.
Não importa o retorno do outro lado. Se seremos ou não bem recepcionados, se seremos ouvidos. Não coloquemos expectativas no outro.
A vitória estará em nosso próprio movimento, na nossa iniciativa, naquilo que tivemos que deixar para trás para estarmos ali, abandonando qualquer vaidade, arrogância, para formularmos o pedido de perdão.
É tempo agora. Não deixemos para amanhã. Não deixemos para depois a melhor oportunidade. Não aguardemos que o vento da morte desvaneça da areia da vida o nome que o merece...
Nunca estivemos tão vivos, tão prontos para agir, para decidir, como hoje.
* * *
Nem cedo, nem tarde. O presente é hoje.
O passado está no arquivo. O futuro é uma indagação.
O próprio Mestre Jesus, percebendo essa característica humana de não viver em seu próprio tempo, alertou: Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
São alertas para que vivamos o dia de hoje. Para que estejamos mais presentes em nossos atos e decisões, evitando a escravidão a certos automatismos do mundo atual.
Quem vive demais no passado ou no futuro cria um presente inquieto e automatizado. Percebamos isso.
Um presente em que não se tem mais tempo para nada. Por que será?
Por que estamos tão repletos de compromissos que nos impedem de desfrutar a verdadeira vida? Do que andamos fugindo?
Pensemos sobre isso.
Lembremos: é tempo agora. É tempo, é hora.
Redação do Momento Espírita, com base no poema Agora,
de Helena Kolody, do livro Infinita sinfonia, ed. Insight e
no cap. Agora, não depois, do livro Hora certa, pelo Espírito
Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.
Em 28.2.2025
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