O atual estágio evolutivo dos que estagiamos na carne, neste período, no qual ainda predomina o egoísmo, nos dificulta compreender a grandeza da justiça divina.
Há dois milênios, Jesus mergulhou em um corpo carnal, no seio do povo judeu e viveu na singela Galileia para nos trazer a Boa Nova.
O país se encontrava dominado pelo poderio romano e permeado de intrigas farisaicas. É nesse cenário que se dá o encontro de Jesus com a mulher adúltera, trazida à Sua presença para que Ele a julgasse conforme a lei, de acordo com a narrativa do Evangelista João.
Não era a primeira vez, nem seria a última, na qual os fariseus tentavam criar armadilhas para o Homem de Nazaré.
Se Jesus escolhesse absolvê-la, descumpriria a lei mosaica. Se concordasse com sua morte por apedrejamento, estaria indo contra Sua própria mensagem de perdão.
Conhecendo os corações daqueles Espíritos hipócritas e antevendo a trama sórdida, Jesus concorda com o cumprimento da lei, mas impõe uma condição: que seja aplicada por aquele que estivesse sem pecado.
Segundo o relato, começando pelos mais velhos, os acusadores se retiraram, um a um, largando as pedras que traziam em suas mãos.
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A lei dos homens será, um dia, reflexo da lei divina. Se isso ainda não constitui a realidade é porque o amor não nos impregnou com o seu perfume.
Em alguns casos, a lei humana ainda é a expressão do nosso egoísmo, traduzida em regras que privilegiam uns mais do que outros.
No episódio da mulher adúltera, é de nos perguntarmos onde estava quem praticara adultério com ela?
Porventura teria ela feito isso sozinha?
Que motivos a levaram ao adultério para se tornar objeto de escárnio público?
Nada disso importava àqueles homens que estavam ali para aplicar a lei mosaica, sem qualquer traço de compaixão.
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Todos somos convidados, vez ou outra, a escolher entre a falta de compaixão, a lei arbitrária e a justiça amorosa que fala ao coração.
Cabe nos banharmos na caridade como a entendia Jesus: benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas, para agirmos acertadamente.
Tendo esse lema como bandeira, ombrearemos com a verdade que liberta, e não nos permitiremos ser desalmados, maldosos e até hipócritas.
É importante enfrentarmos nossa própria consciência, à luz dos ensinamentos do Mestre Nazareno.
Em situações em que nos é exigida uma decisão, pensemos se estamos sendo justos ou acobertando nossos interesses pessoais.
Ou disfarçando nossa natureza egoísta sob a máscara da justiça, da cautela ou da previdência.
Tenhamos prudência, não nos permitindo servirmos das pedras da ignorância, traduzindo nossa pequenez moral e consciência culpada.
Que em momentos de insensatez, não tornemos a reprisar o erro de um passado longínquo quando, na praça pública, ante a proposta de um legislador, optamos pela libertação do criminoso e pedimos a morte de um Homem justo e bom.
Redação do Momento Espírita, com base na palestra
Reencarnação e Justiça Divina, de Luis Maurício Resende,
proferida no Centro Espírita Ildefonso Correia, em Curitiba/PR,
em 6.9.2024.
Em 29.11.2024
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