Quantas vezes nos arrependemos de atitudes precipitadas que tomamos? Atitudes que falam da nossa reação a determinadas situações, sem nos permitirmos pensar um pouco mais.
Quantas vezes teremos gerado rupturas de relacionamentos de amizade, de afeto? Quantas histórias já ouvimos de pais que expulsaram seus filhos de casa em momento de precipitada cólera?
Quantas vezes teremos constatado as consequências infinitamente tristes dessas atitudes impensadas, geradas no momento da raiva, da indignação?
Um famoso neurocirurgião, que vivia numa pequena cidade ao sul da Califórnia, nos Estados Unidos, viveu uma experiência drástica.
Seu nome ultrapassara as fronteiras locais, pelo extraordinário trabalho a que se dedicava, salvando vidas.
Certa tarde de sábado, ele recebeu uma chamada para se dirigir a uma cidade distante cento e cinquenta quilômetros.
Uma criança fora hospitalizada às pressas. Havia a urgente necessidade de uma intervenção cirúrgica, que lhe salvaria a vida.
O médico pediu, de imediato, que fosse providenciada uma série de exames, a fim de que pudesse ter a certeza da localização do tumor e da hemorragia que se apresentava.
Com seu carro, quase alcançando os limites da cidade, quando adentraria a rodovia que lhe permitiria desenvolver maior velocidade, a fim de vencer com celeridade, os tantos quilômetros, parou no semáforo.
Havia neblina, a visibilidade não era das melhores.
De repente, foi surpreendido por um homem, apontando-lhe um revólver, ordenando-lhe que saísse do carro.
O médico argumentou que estava se dirigindo para uma cirurgia de emergência e que precisava se deslocar rapidamente.
O agressor o puxou para fora do carro, com violência.
Tudo acontecera tão rápido que o médico nem pudera olhar para o rosto do assaltante.
Mas observou o chamativo casaco de couro e peles, que ele usava.
Preocupado com as horas, o médico pediu um táxi, foi à estação ferroviária e tomou um trem.
Esperava encontrar a equipe preparada, ao chegar ao hospital. Mas lhe disseram que ele demorara muito e o menino morrera.
A revolta tomou conta dele. Por causa daquele assaltante, não pudera salvar a preciosa vida da criança.
Então, lhe pediram que fosse dar a notícia aos pais, que estavam na sala de espera.
Infelizmente, não cheguei a tempo, disse ele para a mãe em prantos. Fui assaltado, levaram meu carro e acabei demorando em demasia para chegar aqui.
Enquanto falava, aproximou-se um homem, tocando no ombro da senhora. Era seu marido.
Para surpresa do cirurgião, reconheceu o assaltante que o abordara. Aquele casaco era inconfundível.
Ele havia assaltado o médico para chegar rapidamente ao hospital, quando soubera que o filho estava à beira da morte.
Por causa de sua ação precipitada, ele frustrara a chance de quem poderia ter salvo seu filho, caso chegasse a tempo no centro cirúrgico.
* * *
Na vida de todos nós, a calma é um fator essencial do equilíbrio para a vida.
Não nos permitamos a precipitação, ante os percalços que nos alcancem.
Tranquilidade garante conduta segura e adequada.
Redação do Momento Espírita, com base em fato
constante no cap. 7 do livro Da verdade nada se oculta,
de Divaldo Franco e Délcio Carvalho, ed. LEAL.
Em 22.10.2024
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