São bastante conhecidas as passagens evangélicas nos convidando à vigilância e à oração.
Entretanto, um dos Evangelistas, Marcos, acrescenta algo em seu versículo: Olhai, vigiai e orai.
Por vezes, negligenciamos a importância dessas exortações para o nosso crescimento espiritual e para a tranquilidade da nossa consciência.
Sêneca, filósofo, orador e escritor romano, contemporâneo do Cristo, advertia que não existe vento favorável para aquele que não sabe onde deseja ir.
Ou seja, pouco importam as condições favoráveis se não estamos preparados para aproveitá-las ou se não conseguimos reconhecê-las.
Olhar, em sentido profundo, é examinar, ponderar, refletir.
Se pensarmos em uma sentinela, é notória a diferença entre vigiar apenas a área próxima ao posto de guarda do que estender o olhar mais além, prevenindo ameaças antes que cheguem muito próximas.
Dessa maneira, olhar a vida de relação nos auxiliará a entender a intimidade essencial das situações e acontecimentos, dando-nos uma clara visão dos fatos, livrando-nos, previamente, da concretização de acontecimentos imprevistos.
E olhar dentro de nós, identificando os nossos defeitos e qualidades. Ainda, para o nosso entorno, mapeando as situações ameaçadoras sob as quais estejamos à mercê.
E não podemos deixar de acrescentar que esse olhar deve buscar descobrir dores e dificuldades também do nosso próximo, o que nos permitirá atuar, auxiliando-o.
Olhar, com cautela, verificando se algo podemos fazer para desviar uma tragédia prestes a acontecer, seja no meio ambiente em que nos movemos, seja um perigo qualquer que esteja ameaçando a outrem.
A ordem nos convida a nos importarmos com tudo que nos rodeia, próximo ou distante. Afinal, somos uma única e enorme família.
Apenas nos encontramos agrupados em comunidades que se dispersam pelo planeta, vivendo em variadas regiões.
Por sua vez, vigiar é verbo que nos convida a estarmos atentos aos nossos pensamentos. Sobretudo aqueles que parecem surgir, de repente, quando a indignação toma conta de nós.
Nesses momentos, se não mantivermos vigilância sobre nós mesmos, poderemos correr o risco de tomar atitudes incorretas, de usar expressões menos felizes em nossos diálogos.
Tudo aquilo de que nos arrependeremos, logo mais, quando passe o impulso de falar, de extravasar, de agir de rompante.
Finalmente, a recomendação de orar coroa todo o processo. A oração nos conecta ao Divino, às forças superiores.
Ergue-nos a outro patamar. Saímos mentalmente do comum do mundo para uma região que nos confere energia, que nos permite a comunhão com Espíritos do bem, anjos de guarda, mensageiros de Deus.
Olhar, vigiar e orar. Coloquemos em ação esses três verbos em nossa vida diária.
Logo, haveremos de descobrir quantas coisas nos passavam despercebidas, quantas ações do bem pudemos realizar, de quantos equívocos nos desviamos.
Hoje, é uma excelente oportunidade de começar a pôr em prática a trilogia indicada por Jesus e anotada pelo Evangelista.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 87, do
livro Vinha de luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 19.10.2024
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