Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Simples como as pombas

A frase partiu da boca de um Poeta. Não escreveu livro algum. Conta-se que a única vez que algo escreveu foi no solo de uma praça, ante a exigência arbitrária do julgamento de uma mulher.

O sábio Ecologista, que vivia a essência espiritual, em toda a pujança, jamais se descuidou de Seu entorno, fossem vegetais, animais ou seres humanos.

Seu convite remete a profunda reflexão.

As pombas são dóceis, pacíficas, tanto que sua imagem foi abraçada como símbolo da paz.

Elas voam pelos céus, sem dar atenção às complexidades do mundo. Nada que signifique ignorância ou descuido. Ao contrário, sabedoria de quem vive o essencial.

Como carecemos de simplicidade. Simplicidade no trajar, sem desejarmos requintes nas vestes e constante troca de figurino.

Até mesmo porque a vestimenta com a qual precisamos ter maior apuro é a túnica nupcial, aquela exigida pelo senhor das bodas ao convidado desleixado.

E essa somente conseguimos a custo de iluminação interior, que se manifesta, então, fazendo brilhar nosso corpo espiritual.

Simplicidade na alimentação. Diversidade, sem exigências. O que nosso bolso possa comportar: cereais, frutas, legumes, sementes variadas que enriqueçam o cardápio. Sem exagero algum.

Sem despendermos horas de empenho para conseguir aquela marca especial, única, segundo nosso entendimento.

Não se trata de privação, mas de nos alimentarmos com a exata dimensão do que nos é necessário para sustentar nosso precioso instrumento de trabalho, o corpo físico.

Aprendamos a saborear o que nos chega à mesa, agradecendo ao Criador, alçando os olhos da alma aos céus. Como fazem as pombas, em alguns momentos, quando sorvem a água e contemplam as alturas.

Simplicidade na casa que nos abriga. Por vezes, colocamos tantos atavios que nos perdemos nas cores, nas formas geométricas e esquecemos de olhar o céu estrelado.

Ou o sol que se espreguiça, abrindo as cortinas das nuvens, tentando despertar a manhã.

Simplicidade no falar. É bom se instruir, aprender palavras novas, aprimorar-se sobretudo no idioma pátrio. Tudo para bem nos entendermos com nosso próximo.

Contudo, não nos sirvamos, em nossas expressões, de vocábulos complexos, difíceis de serem entendidos por quem não tenha alcançado a nossa instrução e o nosso conhecimento.

O maior sábio que andou por este planeta se serviu de palavras simples, imagens plenamente conhecidas dos grupos aos quais se dirigia: pastores, homens do campo, pais e mães de família, pescadores, escravos.

Abracemos a simplicidade para tornarmos menos complexa a nossa vida. Para desapegarmos de certas coisas materiais que elegemos como imprescindíveis.

A simplicidade é uma jornada de desapego, um exercício de conexão com a beleza, com o nosso entorno, com quem está conosco todo dia e nos aguarda um Bom dia, um abraço, um carinho, um agradecimento.

Imitemos as aves que peregrinam pelos céus, a quem o Pai de amor, em Sua providência, alimenta com os imensos campos de trigo e cevada, com as sementes dos Seus pomares e as dessedenta com a água cristalina das Suas fontes generosas.

Sejamos como as pombas.

Redação do Momento Espírita
Em 11.10.2024

 

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