A crença na imortalidade da alma é valor que carregamos desde há muito na História da Humanidade.
No Bhagavad Gita, o milenar livro das tradições hindus, o diálogo entre o guerreiro Arjuna e a divindade Krishna leciona a imortalidade.
As pitonisas, na Grécia antiga, emprestavam seu corpo para que as vozes dos imortais pudessem se fazer ouvir.
Xamãs, das ricas tradições dos povos indígenas das Américas, eram interlocutores frequentes entre os dois mundos.
As tradições religiosas do continente africano também trazem em seu bojo a comunicação e o entendimento da vida nos dois planos.
Porém, o ponto alto da compreensão sobre a imortalidade e a continuação da vida para além do corpo físico se deu com Jesus.
Mestre incomparável, explicou-nos que o verdadeiro reino, o Seu reino, não é deste mundo.
Propôs bem-aventuranças para a vida imortal e não para as coisas perecíveis e fugidias da Terra.
Falou das aflições do mundo, ensinando-nos que são necessárias, pois são elas que nos convidam ao aprendizado. Frisou, no entanto, serem passageiras.
Toda a Sua mensagem foi de imortalidade, transcendendo o corpo para falar à alma.
Quando O buscavam para que curasse enfermidades, ensinava que nada vale remendar tecido velho com pano bom, porque este irá se romper, logo mais.
Alertou-nos para nos preocuparmos menos com as coisas do mundo e mais com as que falem à alma.
E para testificar, de forma inigualável, Ele mesmo venceu a morte, retornando após a sua crucificação, manifestando-se aos apóstolos, aos amigos, aos Seus seguidores.
Durante quarenta dias, visitou a uns, conversou com outros. E estabeleceu: Estarei para sempre convosco.
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Quando nos fixarmos em sua mensagem com mais afinco, compreenderemos, de maneira lúcida, que somos seres imortais.
Teremos então, a certeza de que a vida continua após deixarmos o corpo físico.
As ideias materialistas, embora possam apresentar argumentos aceitáveis para uns ou outros, não mais convencerão nossa razão ou nossa emoção.
Entretanto, não basta compreender a imortalidade da alma. Não é suficiente ter claro que a vida continua após a morte do corpo físico.
É necessário avançar um pouco mais.
É fundamental refletirmos sobre o impacto de termos ciência da nossa imortalidade.
Em seguida, por coerência, avaliar os valores e comportamentos com os quais conduzimos nossa vida.
Afinal, de nada nos valerá acreditar na imortalidade da alma se essa crença não puder nos modificar o comportamento para melhor.
Professar religiões e credos dignos, mantendo um comportamento afastado dos Seus ensinos, não faz sentido.
Dessa maneira, reflitamos o quanto a mensagem da imortalidade, lúcida e profunda, vem modificando nossa maneira de pensar, de agir, de olhar a vida.
O quanto de Cristianismo há em nossa intimidade será a tônica para essa avaliação.
Também o quanto de Cristianismo existe, em nossas atitudes na relação com o outro, dirá o quanto cremos na nossa imortalidade.
Avaliemos se nossas preocupações e o nosso agir refletem o profundo e maravilhoso entendimento de que somos imortais.
Redação do Momento Espírita
Em 2.10.20.24
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