Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Pessoas difíceis

É possível que quase todos nós convivamos com pessoas com as quais não simpatizamos.

Natural que seja assim considerando que nossa simpatia se dirige àquelas que compartilham nossos valores, visão de mundo e ideais.

Essas caminham ao nosso lado, em algumas lutas, celebram conquistas e vibram de maneira semelhante à nossa.

Com essas, nossas relações são fáceis, o sorriso é espontâneo e a alegria se faz natural.

Gostaríamos, com certeza, de que no mundo houvesse somente esse tipo de pessoas.

Em uma visão egoísta, desejaríamos que existissem somente os que sintonizassem conosco, sentissem como nós, nos fossem afins.

Se assim fosse, imaginamos que a vida em sociedade seria mais agradável, sem termos de conviver com ideias e valores que consideramos estranhos, por serem diferentes dos nossos.

Chegamos a pensar qual seria o objetivo de Deus ao nos oferecer um mundo com tantas incompatibilidades, com tantas divergências de pensamentos e pontos de vista.

E, por sermos incapazes de compreendê-las, de aceitá-las, de respeitá-las como se apresentam, costumamos nos referir a elas como pessoas difíceis.

Esquecemos que cada um tem o direito de se posicionar e emitir suas opiniões, desde que não prejudique ou coloque alguém em risco.

É natural que tenhamos pontos de vista diferentes quanto à religião, à orientação política, às questões gerais do mundo.

Em verdade, essas divergências de opiniões e de posicionamentos são oportunidades valiosas para nosso aprendizado.

São elas que nos oferecem a chance de observar o mundo sob outra ótica, refletir sobre outras formas de agir.

Se todos fôssemos semelhantes, tivéssemos os mesmos pensamentos, os mesmos ideais, convenhamos que seria bastante monótono o nosso mundo.

E será que progrediríamos?

Não precisamos concordar nem aceitar argumentos alheios.

Mas certamente, sem ouvi-los, não desenvolveremos a capacidade de escutar um tanto mais, de respeitar o diferente e até mudarmos de opinião.

O convite é considerar o direito do outro de ser diferente, de pensar e agir conforme queira.

Nos limites da ética e do respeito, todos temos o direito de nos posicionar.

Na mesma lógica, nasce o dever de respeitar o posicionamento de cada um.

Bom será quando, mais amadurecidos, convivermos em harmonia, mesmo na divergência.

Ouviremos as ideias contrárias, diremos as nossas, sem, no entanto, agredir a quem quer que seja.

Vivemos tempos em que as redes sociais, as lives, as manifestações se fazem intensas e apaixonadas.

Cabe nos servirmos da sensatez e da ponderação.

Jesus também viveu numa época de graves problemas políticos, de arbitrariedades religiosas e costumes os mais estranhos.

Respeitou a lei, frequentou a casa de pessoas abonadas e de pescadores. Travou diálogos profundos com doutores da lei, com cobradores de impostos, tidos como criaturas de má vida. Também com as pessoas simples do povo.

Letrados uns, analfabetos outros.

Aprendamos com Ele, sempre nosso Modelo e Guia.

Redação do Momento Espírita
Em 22.8.2024

 

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