Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Meu filho.

Peço que seja educado com as pessoas.

Mas, antes... que queira ser.

Não atenda cegamente o meu pedido.

Entenda que assim como você, todos merecem bom tratamento.

Entenda que a delicadeza no trato, a gentileza nos pequenos gestos, nos fazem mais capazes de navegar em rios onde jamais a dureza e a rispidez de coração nos levariam.

Meu filho, peço que seja honesto, com qualquer um e com você mesmo.

Mas antes... que queira ser.

Não atenda cegamente o meu pedido.

Compreenda o seu compromisso com a verdade. Quanto mais próximo dela, mais feliz você será. Quanto mais apartado estiver, mais infelicidade trará aos seus dias.

Seja verdadeiro com você mesmo, com seus princípios. Quando estiver em grande dúvida, lembre-se de dar um mergulho nas águas da sua essência. As respostas estarão lá, na sua consciência.

Meu filho, peço que ampare o seu próximo.

Mas antes, que queira amparar.

Não atenda cegamente o meu pedido.

O próximo é tão importante quanto você mesmo. O outro é seu irmão, muito parecido com você, embora a convivência difícil por vezes queira apontar o contrário.

Toda nossa dificuldade em conviver com o outro está no fato de que ainda não convivemos bem conosco mesmo.

Ampare o amigo do caminho. Não deixe de perceber os que passam por você todos os dias e que muitas vezes guardam feridas imensas na alma.

Por vezes esperam apenas um bom dia, um sorriso, um pequeno gesto de alguém que se importe com eles.

Na maioria das vezes não é nada complexo, nada que vá lhe exigir muito tempo ou grandes conhecimentos. Tudo que o próximo deseja, quase sempre, é saber que alguém se importa com ele.

Não é assim também que você se sente?

Esta pequena carta é uma amostra do quanto eu me importo com você. E mais: o quanto esse importar me faz bem, o quanto ele é natural nos meus dias.

É assim no amor verdadeiro. Espero que você possa construir muitos em sua vida.

*

Os pais podem dar conselhos. Podem desejar, podem e devem ser os melhores exemplos possíveis aos seus filhos. No entanto, a decisão de mudança estará apenas no lado de lá, no dos filhos.

Você pai, você mãe, não consegue entrar na cabecinha da criatura, como se diz popularmente, para fazer com que entenda isso ou aquilo.

Lembre: seus pais também não conseguiram, pelo menos não até você mesmo despertar.

De nada adianta o desespero ou a indignação com a vida que vem de expressões como: Mas eu fiz tudo por eles!

Eles sempre tiveram as melhores referências!

Educamos muito bem! E agora isso, esse tipo de comportamento?

Um lado fez bem a sua parte, pois bem. E o outro? Possivelmente não ainda. O que é comum.

Para vermos uma mudança, os dois lados precisam fazer as suas partes: quem orienta, quem ensina. Também quem aprende, quem assimila e põe em prática.

Se, neste momento, estamos do lado dos que orientam, dos que guiam, nossa missão é parte importante. Façamo-la com amor.

Porém, tenhamos em mente que a outra parte é com eles. Eles precisam querer.

Redação do Momento Espírita, com base no
 poema
Conselhos de pai, de Andrey Cechelero.
Em 19.8.2024.

 

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