Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Ser paciente

É comum alguém dizer que perdeu a paciência.

Uma afirmação, no mínimo, estranha. A paciência é uma virtude.

Virtude é conquista do Espírito, que a incorpora em seu modo de ser.

Não se trata de algo exterior, que o homem encontra e pode perder. Ou que alguém pode furtar.

Podemos perder o que possuímos. Jamais o que somos porque se assimilamos uma característica nobre, ela passa a fazer parte da nossa essência.

Por isso, a criatura genuinamente honesta jamais extravia a própria honestidade.

A pessoa bondosa não é privada repentinamente de sua bondade.

Assim, quando alguém afirma que perdeu a paciência é porque nunca chegou a ser verdadeiramente paciente.

Como toda virtude, ela precisa ser paulatinamente elaborada no íntimo do ser.

No longo processo de aquisição da nobreza interior, trava-se uma autêntica batalha entre nossos vícios e nossas virtudes.

É comum que certas quedas ocorram, pois se trata de um processo de transição.

Enquanto vacilamos entre atos nobres e mesquinhos, demonstramos que ainda estamos lutando contra nós mesmos.

Enquanto apresentamos dificuldades para tolerar certas pessoas ou situações, afirmamos não ser pacientes.

No máximo, estamos tentando incorporar essa virtude ao nosso eu.

Afinal, é fácil conviver pacificamente com quem pensa igual a nós. Ou suportar pequenos inconvenientes.

O teste para nossa fibra moral é suportar com serenidade grandes contrariedades ou provocações.

A verdadeira paciência é sempre exteriorização da alma que já abriga muito amor em si mesma.

Plena de amor, ela distribui esse tesouro aos que a rodeiam, mediante a exemplificação.

A alma paciente consegue considerar todas as criaturas como irmãs, em quaisquer circunstâncias.

Se necessário, ela esclarece a ignorância, sempre de modo fraterno.

Paciência é a tolerância esclarecida que revela a iluminação do ser que a manifesta.

Trata-se de uma conquista sublime, somente alcançada a custo de disciplina e esforço.

Para ser paciente é preciso domar os próprios impulsos inferiores.

Podemos iniciar deixando de ver somente problemas à nossa volta, sejam de pessoas ou circunstâncias.

Precisamos compreender que todo o mal que a criatura promove vem de seu interior, ainda carente de renovação.

Se nos permitimos perceber essas sequelas morais, sem disfarces ou desculpas, naturalmente tendemos a olhar o próximo com tolerância.

Igualmente identificar e admitir os próprios problemas, o que nos convidará a corrigi-los, com a adoção de novos padrões de comportamento.

A disciplina antecede a espontaneidade.

Transformar vícios em virtudes pressupõe disciplina e determinação.

Assim, para ser paciente é preciso esforço para tolerar as dificuldades e os defeitos alheios.

E, com certeza, trabalho concentrado para vencer os próprios vícios.

Bom é iniciar o quanto antes essa luta para adquirirmos paciência.

Ela tornará nossa vida bem mais amena, com certeza.

Redação do Momento Espírita, com base na questão
 254 do livro
O Consolador, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 18.7.2024

 

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