Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Quando irrompe a cólera

Quase todos temos a lembrança de alguma vez termos perdido o controle das nossas ações e agido de maneira que nos envergonhamos.

Por vezes, reagimos a uma crítica menos feliz, que envolve algo que fizemos e acreditamos ter feito muito bem.

Também quando alguém nos coloca em pé de igualdade com pessoa que temos como subalterna, nos indignamos e nos exaltamos de maneira descomedida.

Se nos comparam com algum colega de profissão, que consideramos ultrapassado, reagimos mal porque nos sentimos ultrajados.

Nesses momentos, não raro, agimos de forma irracional.

Temos um acesso de cólera, extravasando a nossa indignação.

Vejamos que não está em jogo a veracidade ou não do comentário, nem mesmo se foi justo ou inconsequente.

Se essa fosse a questão, bastaria explicar, contra-argumentar e, sem problema nenhum, posicionarmo-nos contra.

Verdade é que a nossa reação não acontece em nome do certo ou do justo.

Esses ataques de cólera, que nos permitimos, extrapolam a ânsia pela verdade e justiça.

Falam muito mais do nosso ego ferido, de um orgulho desmedido, que não se permite qualquer reproche ou comparação.

Agimos comandados pela vaidade, por nos termos em tão alta conta que consideramos indigna qualquer comparação menos elevada. E nos exaltamos.

Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades infantis, muitas das vezes decorrem da importância que damos à nossa personalidade.

Se pensássemos que nenhum ataque de cólera é útil ou soluciona algum problema, trataríamos de não nos deixar levar pelas emoções descontroladas.

Muitos nos arrependemos profundamente do que fizemos ou do que dissemos, nesses momentos de desequilíbrio.

E mais ainda se, em um acesso de cólera, praticamos atos de que iremos nos arrepender pelo resto da vida.

Isso tudo sem nos esquecermos de que, quando esses acessos se fazem frequentes, descargas emocionais acontecem, desgastando nosso corpo, o que poderá gerar enfermidades no futuro.

Quantos neurônios preciosos poderemos destruir num rompante de cólera incontrolável?

Que ataques sofrerão órgãos nobres como o coração, o fígado, em consequência de nossa autoagressão!

De tudo isso concluímos, que nos deixarmos levar pela raiva somente nos traz prejuízos.

Até materiais porque alguns nos permitimos, nessas circunstâncias, descarregar o que estamos sentindo em objetos que estão à nossa volta.

Quando não saímos dirigindo, enlouquecidos, e acabamos por provocar acidentes trágicos, que envolvem outras vidas.

Portanto, como a raiva não é boa conselheira, nem boa companheira, busquemos o equilíbrio antes de tudo, desconsiderando comentários e observações.

Lembremos que nunca iremos agradar a todos e sempre poderão surgir comentários maldosos ou inconvenientes, de quem não nos conhece bem ou que nos inveja a posição e a vida.

Relevemos. Viver é bem muito precioso para que o dilapidemos com coisas que não merecem importância.

Viver é um privilégio. Não o desconsideremos.  Vivamos em paz conosco e com os demais.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap. IX, item 9, de
O Evangelho segundo
 o Espiritismo, ed. FEB.
Em 5.7.2024.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998