Desde que o homem se encontra na Terra, estabeleceu comunicações com seres da dimensão espiritual.
Dialogava com os Espíritos dos antepassados, que o vinham orientar.
Os portadores dessa possibilidade eram tidos como seres especiais, privilegiados.
Porém, ser esse intermediário entre o mundo visível e invisível, que chamamos médium, é, antes e acima de tudo, uma possibilidade de servir.
O portador dessa faculdade precisa ser um bom servidor. Precisa encontrar a melhor forma de ser útil com a faculdade que recebeu.
Trata-se de um talento. Quantos talentos cada um de nós recebeu? Quantos talentos devolveremos ao Nosso Senhor ao final da jornada?
Se observarmos a natureza, veremos que a terra é médium da flor que se materializa, tanto quanto a flor é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera.
O sol é o médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário.
Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade através da qual opera o Espírito de Jesus, de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.
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Eis o convite da vida para que amparemos o nosso semelhante, encontrando nessa ação a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento mediúnico.
Não esperemos, no entanto, o toque de inteligências estranhas à nossa, para nos transformarmos no canal da alegria e da fraternidade a benefício dos outros e de nós mesmos.
Sirvamos hoje. Sirvamos agora. Entendamos de que forma podemos ser, em cada situação da vida, médiuns da Boa Nova, médiuns da compreensão, médiuns da paz.
Somos instrumentos do progresso do mundo, ao mesmo tempo que realizamos o nosso próprio aperfeiçoamento.
Sirvamos onde quer que estejamos. Principalmente longe dos holofotes do mundo, longe do reconhecimento das pessoas, longe de tudo aquilo que possa nos iludir, afirmando que somos mais do que realmente somos.
Tenhamos cuidados e atenção com a vaidade, com o exibicionismo. Divulguemos o bem que façamos, apenas se isso servir como incentivo para que se multipliquem novas iniciativas.
Não tenhamos medo de pedir ajuda ou de dizer que não conhecemos isso ou aquilo. Não temamos a ignorância das coisas. Melhor uma ignorância assumida, contornada de humildade, do que uma sabedoria falsa, com máscara de vaidade.
Sejamos médiuns do amor maior onde quer que estejamos.
E nos momentos em que possamos servir como intermediários entre os Espíritos e o mundo corporal, sejamos humildes, simples, respeitosos.
Busquemos ajudar. Busquemos aprender.
Cada Espírito que bate à porta da mente, desejando se manifestar, tem um objetivo. Traz uma lição, um recado, um sinal.
Nada na natureza é fruto do acaso. Há lições jorrando em abundância para todos.
Dessa forma, tenhamos em mente que ser médium não é simplesmente fazer-se veículo de fenômenos que, de um modo geral, transcendem a compreensão do comum dos homens.
Acima de tudo, é indispensável entendamos na faculdade mediúnica a possibilidade de servir.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. X, do
livro Mediunidade e Sintonia, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. CEU.
Em 23.5.2024.
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