É comum escutarmos que o mundo não tem jeito, que a sociedade enlouqueceu e que é difícil manter a fé presenciando tantas atrocidades.
Se considerarmos tudo que vemos apenas sob a ótica da vida material, essa afirmação não chegaria a ser uma insensatez.
Mas se mudarmos o ponto de vista para perceber o que é verdadeiramente a vida, essa ótica logo se desfaz.
Nós somos seres espirituais vivendo uma experiência humana, e não seres humanos vivendo uma experiência espiritual.
Isso significa que, criados por Deus, somos seres imortais. Vivemos várias existências corporais, conforme nos comprovam os inúmeros relatos de experiências de quase morte e das terapias de vidas passadas, que nos são informados por renomadas instituições de estudo e pesquisa.
Assim, o mundo em que vivemos é reflexo de nós mesmos, das nossas qualidades e defeitos, do estágio evolutivo que alcançamos enquanto coletividade.
Presentemente, estamos vivendo a transição de um mundo de provas e expiações, que convulsiona e gradualmente se apaga, para a aurora do mundo de regeneração. Duas realidades antagônicas que se entrechocam.
Os Evangelistas, sobretudo Mateus e Lucas, escreveram que, no final dos tempos, ou seja, no final de uma era velha e início de uma nova, haveria fome, guerra e rumores de guerra, além de toda sorte de iniquidades.
Esta é a realidade que ora vivemos.
Qual, então, o caminho a seguir? Como manter a fé e a esperança vivendo nestes tempos permissivos e desafiadores?
Quando Moisés deixou o Egito liderando seu povo para a liberdade, em certo momento, viu que estavam acampados defronte ao Mar Vermelho, tendo o exército do faraó na retaguarda e, nos flancos, o deserto inclemente.
O povo se inquietou e perguntou ao líder o que seria feito deles, culpando-o por tê-los arrastado para a morte e dizendo que teria sido melhor permanecerem escravos no Egito.
Foi quando a voz que falava com Moisés, lhe ordenou: Diga ao povo que marche.
E, obedecendo à ordem, marcharam...
O cenário atual da Terra assemelha-se em muito, mas em uma escala maior, àquele momento único do povo hebreu.
Em nossos flancos vemos os desertos da desesperança. Na nossa retaguarda encontramos toda sorte de dificuldades materiais e emocionais, causadas pelo egoísmo e pelo orgulho. Resta-nos apenas a oportunidade de marchar à frente, com destemor.
E marchar à frente é fazer a nossa parte neste novo mundo, construindo o reino de Deus no coração, afinando-nos com a nova realidade de paz e harmonia.
Permanecendo fiéis aos propósitos superiores do bem com Jesus, independentemente da loucura que grassa no mundo, estaremos engrossando a fileira dos bons.
E onde o bem se estabelece, o mal deixa de existir, pois um fósforo ou uma pequena chama acesa na escuridão dissipa toda a treva.
* * *
Comecemos o mundo de regeneração por nós mesmos e sejamos a luz da esperança, da fé, da bondade, da gentileza, da humildade e da brandura, onde quer que estejamos.
Marchemos. Jesus nos espera logo adiante, ainda e sempre, de braços abertos.
Redação do Momento Espírita, com base no Programa
Pinga Fogo, de 19.2.2024, da Web Rádio Fraternidade,
com os participantes Jorge Elarrat e Samia Awada.
Em 21.5.2024.
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