O salmista Davi escreveu, em seu Cântico 18: Os céus publicam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos.
Contemplando-se a noite estrelada, pode-se ter ideia do que desejou expressar o salmista.
Não há quem não se sinta tocado em sua intimidade e se deixe extasiar pela beleza de uma noite bordada de estrelas.
Tantas são as maravilhas do Universo que somente nos levam a reconhecer a existência de uma Inteligência superior à humana.
E é esse mesmo Deus que, como artista, colore os céus no cair da tarde, salpica de cores as flores e estende o tapete verde na pradaria, como uma imensa colcha de retalhos, bordada em motivos variados.
Como esteta, capricha nos detalhes das escarpas que apontam para cima, como se esmera nos contornos das rochas, recortando montanhas, vales e planícies.
Qual um exímio químico transforma terra e água em seiva e açúcar.
No milagre que se chama vida, toma uma simples semente e faz surgir a árvore generosa, plena de galhos, folhas, flores e saborosos frutos.
Sábio, concedeu instinto aos animais para a perpetuação e conservação da espécie.
Por isso se observa a vespa preparar cuidadosamente o local para colocar seus ovos, pois o instinto lhe diz que ela não viverá para ver a sua prole.
Com sua técnica de dar inveja a qualquer entomologista, ela imobiliza um gafanhoto e ao seu redor põe os ovos.
Morre em seguida. As larvas, ao nascerem, têm o alimento assegurado.
É o instinto que guia o João-de-barro a construir sua casa com a porta para o lado oposto ao vento do inverno, jamais se enganando. E assim protege seus filhotes do terrível frio, que poderia matá-los.
E enquanto dotou os animais com o instinto, que é uma nota melódica monótona, concedeu ao homem o raciocínio, que é uma sinfonia completa.
Tem razão o salmista ao proclamar que a Lei do Senhor é perfeita, que os Seus preceitos são retos e deleitam o coração.
Um dia transmite esta mensagem ao outro dia, e uma noite comunica-a a outra noite.
Não é uma palavra nem uma linguagem, cuja voz não possa perceber-se. O seu som estende-se por toda a Terra e as suas palavras até às extremidades do mundo, e nada se pode subtrair do seu calor.
* * *
Você sabia que a Sabedoria Divina se descobre em todos os detalhes da Criação?
E que para a filtragem conveniente dos raios solares para a Terra, a Providência Divina edificou usinas de ozônio a quarenta e sessenta quilômetros de altitude?
Assim, em todos os tempos a beleza, junto à ordem, constitui um dos traços marcantes da Criação.
Redação do Momento Espírita, com base em
conferência proferida por Divaldo Pereira Franco,
intitulada Deus, em 20.3.1974.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 16, ed. FEP.
Em 9.4.2024.
Escute o áudio deste texto