Ser rei significava, no passado, ser superior aos demais. Em alguns casos, era a conquista de uma condição que se atribuía divina.
A personalidade real se conduzia como se tudo, à sua volta, lhe devesse obediência e bajulação. Eternos no poder, pensavam alguns.
Contudo, bastava uma alteração dos ventos políticos ou uma reviravolta no tonel das paixões dos adversários, e eram despidos de todo o poder.
Houve quem se acreditasse o mais belo, o mais inteligente, o mais perfeito. Houve quem se intitulasse o rei sol, em torno do qual deveriam estabelecer as suas órbitas os planetas das vaidades humanas.
Disfarçavam-se com roupas exóticas e ricas, sem que elas lhes pudessem ocultar as torpezas morais.
Em verdade, embora nem todos ostentem coroas de ouro e pedras preciosas, muitos dos que detêm o poder, ainda hoje apresentam algumas dessas expressões comportamentais.
E, contudo, as insígnias do poder continuam a se transferir de um para outro, ao sabor dos caprichos humanos.
* * *
Ele, no entanto, é um Rei diferente.
Seu reino não é deste mundo. Expande-se muito além das fronteiras físicas e é mais rico do que todos os reinos da Terra juntos.
Seu reinado abrange o território ilimitado da intimidade das criaturas. São as paisagens e regiões do sentimento, onde podem ser colocadas as balizas da fraternidade.
Os Seus interesses são os do Pai que O criou. Neste mundo de formas transitórias, Ele figura acima das disputas mesquinhas de teor material.
Sua coroa e Seu cetro são o amor. Indestrutível no tempo. Seus seguidores, ao longo dos séculos, foram queimados, torturados, sem que desistissem dos tesouros da alma de que eram depositários fiéis.
Esse Rei tão poderoso escreveu a legislação do Seu Reino, de forma indelével, nos corações e nas mentes.
Por isso, os anos se somaram e a verdade continua chegando aos ouvidos que desejam ouvir, no idioma de cada um, porque ditada com a força da verdade.
Rei solar, tomou de uma roupagem semelhante a de todos os Seus súditos e viveu entre eles, durante um pouco mais de três décadas.
Mas extrapolou as fronteiras da nação que O recebeu e atravessou as idades, sem ter empanado o brilho da Sua vitória.
Ele venceu a morte e o mundo. Os homens O desejaram destruir, matando-Lhe o corpo físico. Ele retornou, cheio de luz, conforme anunciara, em uma indumentária indestrutível.
Ao contrário de todos os que reinam e reinaram sobre homens, Ele informou que viera para servir.
E realizou tarefas consideradas humilhantes, à época, quais a de lavar os pés de todos os Seus apóstolos, em célebre noite de despedida.
Inteligência superior a todas as que já passaram por este planeta, soube falar às gentes, com doçura, ensinando a verdade que liberta e torna felizes as criaturas.
Senhor dos Espíritos, demonstrou por atos e manifestou por palavras de que estava na Terra para cumprir a vontade de Deus, Pai dos céus, Criador do Universo.
Este Rei se chama Jesus. E, embora tenha partido da Terra, há mais de dois mil anos, a gratidão e a esperança dos homens comemoram Seu aniversário todos os anos.
Rei solar. Senhor dos Espíritos. Pastor de almas. Servidor.
Jesus, o Cristo.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 21, ed. FEP.
Em 6.4.2024.
Escute o áudio deste texto