Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O talento do tempo

No livro bíblico do Antigo Testamento, Eclesiastes, encontramos notável passagem reflexiva a respeito do tempo.

Diz-nos que há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para colher. Tempo para destruir e para construir de novo. Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para calar e tempo para falar.

O tempo, em essência, é um tesouro. Diferente dos tesouros amoedados, que podem ser juntados e guardados, ele não tem essa potencialidade.

Seu valor está estreitamente ligado ao aproveitamento que dele fazemos, enquanto se apresenta para nós.

Se deixamos passar o tempo ou se quisermos atropelá-lo, não respeitando os momentos certos para agir, falar ou calar, provocamos problemas e dores para nós e para os que nos rodeiam.

Um exemplo de sabedoria na utilização do tempo vemos na natureza. Em cada estação ela se apresenta de maneira diferente para atender aos seres que dela necessitam.

Por isso, há floradas na primavera, mas também as há no inverno, desde que os indivíduos do reino vegetal se adaptaram às condições e ao ciclo do tempo.

No outono, as folhas caem, as árvores se vestem em tons pastéis, conferindo novo encanto à paisagem.

Da mesma forma, o mundo animal tem seus ciclos de procriação, de migração, em perfeita harmonia com o tempo e com as leis divinas.

*   *   *

Recebemos de Deus, em cada existência, o talento, ou seja, a moeda do tempo. Dele nos servimos para os papéis que devemos desempenhar, na escola temporária da existência, buscando desenvolver o nosso intelecto e a nossa moralidade.

Os trabalhos e papéis que nos são ofertados são bênçãos de oportunidades. Os desgostos e as dores são recursos educativos na oficina da evolução.

Quando deixamos de empregar os minutos e as horas em prol do nosso crescimento e iluminação espiritual, estamos dilapidando o tesouro dos segundos.

Simplesmente matando o tempo, em nosso cotidiano, burlando a lei do trabalho e do progresso, nos candidatamos a repetir no agora, mais tarde, ou no depois mais distante, as lições hoje malbaratadas.

De toda forma, tudo que desperdiçamos, nos fará falta em algum momento.

Por isso, quando alguns de nós, depois de anos jogados ao léu, optamos por fazer algo de construtivo, útil, dos nossos dias, descobrimos que nos faz falta o tempo.

Então, dizemos: Gostaria de poder fazer mais, no entanto, sinto que me faltará o tempo nesta vida.

*   *   *

Lembrando a parábola dos talentos, que nos fala de quem duplicou o que recebeu e daquele que enterrou a preciosa moeda, sejamos aquele que deseja utilizar muito bem o tesouro em nossas mãos.

Valorizemos o tempo e as oportunidades de cada dia, transformando esse tesouro em luz espiritual a nos iluminar a trajetória evolutiva.

Quem sabe até, se o utilizarmos com sabedoria, nos tornemos tão úteis a este mundo que possamos ter dilatado nosso tempo por aqui.

Pensemos a respeito.

Redação do Momento Espírita
Em 18.3.2024

 

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