O Apóstolo Paulo de Tarso, dirigindo-se aos irmãos da comunidade de Éfeso, escreveu acerca da necessidade de nos despirmos do homem velho e nos revestirmos do homem novo.
O que seria esse homem velho, supostamente presente em todos nós e do qual devemos nos despir?
E onde estaria essa vestimenta do homem novo, que devemos envergar?
Como seria esse homem novo? Seria o homem de um novo tempo? As vestes seriam as suas qualidades morais e valores éticos?
Em verdade, o homem velho está em cada um de nós que ainda trazemos impressas, na intimidade, as matrizes dos erros e experiências infelizes de vivências passadas.
Equívocos que se expressam, na presente vida, através de condutas em desacordo com as leis de Deus.
Nosso comportamento egoísta e orgulhoso, buscando apenas a satisfação dos nossos sentidos, sem nos preocuparmos com nossos semelhantes, com o planeta em que vivemos, com a natureza em sua expressão mais ampla, reflete bem esse homem velho que somos.
Um ser semelhante a uma criança, jogada para cá e para lá, pelas ilusões do mundo, pela astúcia e esperteza de irmãos menos felizes que induzem ao erro, no qual nos comprazemos.
Por acalentarmos esse homem velho, caminhamos pela estrada larga que leva à perdição, sem compromisso com nossa transformação moral, distanciando-nos da porta estreita que conduz à perfeição.
Um ser do mundo, vivendo para o mundo, guiado mais pelos instintos do que por ideais superiores.
O homem novo, por sua vez, é totalmente diferente.
Preocupa-se com os outros mais do que consigo mesmo. Emprega todos os esforços ao seu alcance para se melhorar.
Então, como proceder para nos despirmos desse homem velho e vestir o homem novo?
O primeiro ponto é que não conseguiremos, por melhor vontade que tenhamos, realizar esse processo de uma maneira brusca.
Herdeiros de nós mesmos, carregamos milênios de experiências pouco felizes que devemos, gradativamente, transformar.
Uma imagem desse processo é de um copo com água suja no qual, gradualmente, vamos despejando água limpa, até que clareie ao ponto de não mais haver nele sujeira alguma.
É dessa forma que devemos assimilar e cultivar em nossa alma sentimentos que traduzam a máxima Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, transformando esse sentimento em ações concretas.
Não nos bastarão palavras bonitas, discursos cheios de beleza e vazios de atitudes.
Nada que nos assemelhe aos sepulcros brancos por fora, e cheios de imundície por dentro.
* * *
Semelhante à natureza, em que tudo está em movimento e se altera, se modifica, deve ser a nossa vida: uma caminhada para o melhor, passo a passo, dia a dia.
Isso nos permitirá herdar a Terra, conforme ensinou Jesus, ou seja, merecermos habitar o mundo de regeneração que está sendo construído.
Não percamos tempo. Sirvamo-nos da hora que passa e comecemos a abandonar as vestes do homem velho. Vistamo-nos de disposição para o bem, vestes novas, corte bem talhado dos que desejamos ombrear com Jesus.
Redação do Momento Espírita, com base
no capítulo 4, versículos 22 a 24 da Epístola
aos Efésios, do Apóstolo Paulo.
Em 8.3.2024.
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