Hoje em dia pode-se perceber a luta inglória travada pelos valores éticos contra os interesses egoístas dos cidadãos.
Infelizmente esse problema só se resolverá quando a educação tomar para si essa responsabilidade.
Talvez sem refletir muito a esse respeito, os pais são os primeiros a dar exemplos de violação dos princípios éticos que deveriam nortear as ações do homem de bem.
Um ponto bastante crítico é a questão dos direitos autorais.
A pirataria de CDs, vídeos, ideias e outros produtos é assustadora.
A aquisição de peças em oficinas de desmanche de automóveis roubados, mesmo sabendo disso, por custar mais barato, ou de outra mercadoria produzida por meios ilícitos, também são formas de alimentar essa agressão aos princípios da ética.
Geralmente o indivíduo que comete essa falta alega que não poderá ser responsabilizado por isso, pois não foi ele quem roubou o carro, nem fez as cópias ilegais.
A esse propósito, Allan Kardec propôs aos Espíritos Superiores a seguinte questão:
Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?
Os Benfeitores responderam:
É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se ousara.
Hoje em dia é muito comum se jogar a culpa na Internet, pois alega-se que a falta de leis próprias para esse fim e o anonimato favorecem esse tipo de crime.
No entanto, o bom senso diz que a Internet apenas mostra o problema ético existente, porém, não o cria.
Se o internauta desonesto gosta de uma mensagem que encontra divulgada em algum site, ele a copia e passa a divulgar como se fosse sua ou como sendo de autoria desconhecida.
Mas se o internauta é honesto ele repassará a mensagem preservando os créditos a quem de direito.
Como se pode perceber, o problema não é do meio de comunicação, mas do indivíduo.
Ambos os indivíduos são filhos de alguém, foram alunos de alguém, conviveram com alguém que foi responsável pela sua educação.
Quando a criança respira os valores éticos em seu lar, dificilmente os desprezará quando jovem ou adulta.
Mas se não recebe essas noções de honradez na infância, raramente as respeitará mais tarde.
Assim, vale a pena pensar um pouco sobre essas questões tão importantes e tão graves.
E, se houver dúvidas quanto a uma ação estar certa ou errada, quanto a se é um bem ou mal, basta seguir a orientação do maior Mestre que a Terra conheceu e fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem.
Ou seja, colocar-se no lugar daquele a quem se dirige a ação e se perguntar se gostaria de estar no seu lugar.
Se a resposta for positiva, pode-se agir sem a menor preocupação, mas se for negativa, certamente trará dissabores, mesmo que a ação escape às leis dos homens.
Todos nós, sem nenhuma exceção, responderemos por nossos atos perante o tribunal da própria consciência e receberemos de acordo com as nossas obras. E isso nós já sabemos há mais de dois milênios.
Portanto, se você deseja ter uma consciência limpa, não acumule detritos morais, pois eles o perturbam e infelicitam, neste mundo ou no além-túmulo.
* * *
Se você quer ter seus direitos respeitados, respeite os direitos alheios.
Faça ao outros somente o que gostaria que os outros lhe fizessem.
E para garantir a felicidade dos seus filhos, passe a eles a herança moral da honestidade e da honradez, considerando sempre que a vida não acaba no túmulo, e que as nossas ações seguirão conosco como testemunhas silenciosas, aplaudindo-nos ou reprovando-nos.
Pense nisso, mas pense agora!
Redação do Momento Espírita, com base no item 640 de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 19.04.2011.