Raciocinar é uma arte que merece detida reflexão por parte de todos nós.
Segundo os dicionários, raciocinar é fazer uso da razão para julgar da relação entre coisas e fatos, para calcular, refletir.
É apresentar razões, ponderar. Pensar.
De maneira geral, raciocinamos a maior parte do tempo pois continuamente pensamos, fazemos cálculos, tiramos conclusões.
Todavia, quando se trata de tomar decisões em nossas ações diárias, parece que nossa capacidade de raciocinar fica prejudicada ou é abafada pelo egoísmo.
Quando estamos no trânsito, por exemplo, e há um veículo atravessado na rua, cujo motorista espera alguém lhe dê a vez para poder seguir, a razão diz que se o deixarmos passar, o tráfego fluirá melhor, beneficiando a todos. Mas, geralmente, não é essa a nossa decisão.
Quando passamos por um lugar onde houve um acidente e a aglomeração de pessoas está grande, a razão nos diz para seguir em frente e não atrapalhar. No entanto, deixando de ouvir esse apelo razoável, quase sempre nos juntamos à multidão, só para satisfazer a curiosidade.
Se vamos assistir a um evento qualquer, o bom senso nos adverte que o melhor é ocupar os lugares mais distantes dos corredores, para facilitar a entrada dos que chegarão depois.
Porém, o que acontece, geralmente, é que nos sentamos nas primeiras cadeiras, dificultando para quem chegar depois, pois terá que passar pelos espaços apertados que deixamos.
Por vezes, ainda reclamamos por termos que encolher as pernas para que eles possam chegar às poltronas vazias.
Todas essas situações poderiam ser evitadas se usássemos a arte de raciocinar, tomando as decisões mais acertadas.
Nas questões emocionais, o raciocínio sempre é bom conselheiro. Entretanto, o que acontece quase sempre é que não lhe damos ouvidos.
Se registramos a necessidade de chamar a atenção de um filho ou outro familiar e percebemos que esse chega em casa, nervoso, irritado, a razão nos aconselha aguardar outro momento.
No entanto, nem sempre a ouvimos e despejamos, de imediato, sobre ele uma enxurrada de palavras ásperas, o que somente agrava qualquer situação.
Se o namorado ou namorada nos diz que não somos mais o amor da sua vida, a razão pede que nos afastemos, deixando que o outro siga seu caminho.
Entretanto, não fazemos isso. Desejamos saber razões, exigimos que fique conosco. Isso, por vezes, leva a desentendimentos sérios e até a crimes passionais.
Por tudo isso, vale a pena prestarmos mais atenção nessa faculdade bendita que Deus nos deu: a possibilidade de raciocinar a fim de julgar do melhor para cada situação.
Dando um tempo para nós mesmos, para pensar, para agir depois, para decidir logo mais, com certeza, estaremos evitando muitos transtornos.
* * *
Quando contemplarmos as densas nuvens cinzentas que pairam há apenas alguns metros de altura, ouçamos com atenção a voz da razão a nos dizer, com toda segurança, que logo acima brilha o sol, soberano, que vencerá as trevas em pouco tempo.
Aguardemos uns minutos, algumas horas. Talvez um dia.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 27.12.2023.
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