Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A dor e a imperfeição

O ditado popular diz que Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

Sem levar para a tradução literal, entendamos que isso significa que não podemos fugir dos efeitos dos atos que praticamos.

É impossível semear dores e desgraças na vida do próximo e não responder por isso.

A implacável resposta, às vezes, vem rápida. De outras, demora um pouco.

Como a justiça humana é falha, inúmeros criminosos terminam seus dias na Terra, ricos e em liberdade.

Porém, a justiça divina é perfeita e se baseia em leis naturais.

Cedo ou tarde, a criatura vivencia a experiência necessária ao enfrentamento das consequências de seus atos.

Doenças, miséria, inibições e bloqueios podem ser o resultado de equívocos do passado.

Existem, no entanto, grandes almas que nascem na Terra para exemplificar as mais sublimes virtudes.

Renúncia, paciência, pureza, amor desinteressado, tudo isso habitualmente, figura na programação de vida de um Espírito elevado.

São criaturas sublimes, cujo lar verdadeiro não é este planeta.

Elas vêm para cá exclusivamente no cumprimento de missões.

Consequentemente, embora tenham a consciência tranquila, partilham das misérias humanas à exaustão.

Não estão reparando equívocos do passado, mas dando exemplo de como o homem deve portar-se em face das tribulações.

Por amor, vivem uma realidade distinta da que merecem.

Para todos nós, Espíritos medianos, nem sempre a dor que nos chega significa reparação de algo errado que tenhamos feito, em algum momento.

Certo que nossos erros e vícios geram sofrimento.

Contudo, importante tenhamos em conta que a dor é consequência da nossa imperfeição.

Vejamos como geramos, para nós, certos sofrimentos, pelos defeitos de que ainda somos portadores.

Se alimentamos o ciúme, ele nos impede que possamos viver em paz.

A ganância não nos permite sermos felizes com o que temos.

A avareza é um tormento.

O ódio nos impede agir de forma racional e semeia desgraças.

De outro lado, o homem rude e indiferente necessita de dores para desenvolver a sensibilidade.

Quem observa a dor alheia sem sentir compaixão precisa passar por experiência semelhante.

Dessa maneira, se não somos uma alma missionária, plena de virtudes, acreditemos que a dor que nos alcança tem um propósito.

Ela é um convite para que melhoremos nossa performance como seres humanos.

Por enquanto, nos visitam doenças, envelhecimento, ausência de seres queridos, desemprego, morte.

O único modo de sairmos dessa faixa de dores é aperfeiçoarmos o próprio ser.

Isso importa em, gradualmente, domarmos as paixões inferiores e deixarmos os vícios para trás.

Enamorarmo-nos das virtudes, elevar nossos gostos e hábitos.

Tornarmo-nos uma pessoa amorosa, leal, trabalhadora.

Deslocar o foco de nossa atenção.

Não pensar apenas em nosso bem-estar, mas investir tempo e esforço para fazer feliz o próximo.

Assim agindo, gradualmente, as pequenas coisas deixarão de nos infelicitar.

Ocupados em promover o bem, seremos por ele promovidos a faixas superiores da existência.

E, finalmente, viveremos felizes e em paz!

É um longo caminho. Comecemos hoje.

Redação do Momento Espírita
Em 23.11.2023

 

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