Nos dias em que a experiência na Terra se faça amarga e difícil, não convertamos a depressão em veneno.
Quando a aflição nos ronda o caminho, anunciamos carregar a alma de sombras, semelhante a quem se encontra ausente do lar, ansiando pelo retorno.
No entanto, que isso não se torne motivo para que nos precipitemos no desânimo arrasador.
Olhemos adiante, ergamo-nos uma vez mais lembrando quantas coisas já enfrentamos, quantos desafios, quanta dor.
Nada disso nos fez menores, nada disso nos destruiu. Pelo contrário, tudo foi construção, tudo foi aprendizado.
Por vezes é difícil, em meio às trevas, mentalizar pensamentos de otimismo e fraternidade. Ou conseguir retratar nas pupilas o fulgor do sol e a beleza das flores.
Por vezes, preferimos a mudez ou a reclamação constante, como forma de defesa ou espécie de revolta contra o Universo.
Quando o estudante é surpreendido por prova surpresa na sala de aula e a matéria é difícil, ele não teve tempo de se preparar, o primeiro impulso é a revolta ou o desespero.
Não consegue perceber que a prova é instrumento de avaliação, visando aperfeiçoamento. Prefere, como mecanismo de defesa, proclamar que o professor é cruel ou que o sistema de ensino está errado.
Quando falamos dos métodos educacionais das leis divinas, estamos falando de mecanismos que agem com perfeição. Agem na hora certa, com os critérios mais objetivos possíveis.
O sistema educacional divino é enérgico e, ao mesmo tempo, amoroso. É disciplinado, firme. Também repleto de adaptações, de concessões e de muita compaixão.
Assim, não temamos as lições duras do caminho. Todas elas são aplicadas com muita sabedoria e critério.
Obviamente que sendo provas, sempre nos trarão instantes de tensão, desconforto e podem nos colocar em situações em que não teremos controle de coisa alguma.
Tudo isso é lição. Tudo isso faz parte do mecanismo da evolução.
Como faz parte também da autoeducação o trabalhar em nós a maneira de enxergar e vivenciar cada um desses momentos.
Em nossa alma, ainda imatura, por vezes existem medos exagerados, existem visões distorcidas, existe ansiedade inflada, que amplificam dores sem real necessidade.
Tudo isso faz parte do educar-se: desde o suportar com sabedoria as tempestades, passando por entender o que significa cada uma delas, até pela análise de nós mesmos, de nossas lentes, que podem estar vendo temporais em garoas finas.
As provas nos exigem atenção, olhar cuidadoso, apoio e confiança nos mais próximos.
Exigem a oração que acalma a mente inquieta e que sabe pedir auxílio aos mais preparados.
Exigem a calma de quem sabe que todas elas têm hora para começar e para acabar.
Exigem a certeza de que tudo está sob controle superior, embora possa não parecer.
Recordemos dos tempos de escola, da aflição dos dias de prova. O medo do branco mental. O medo de não estar preparado.
O que diríamos para nossa versão criança ou jovem com a experiência que temos hoje?
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11, do
Livro da Esperança, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. CEC.
Em 20.11.2023.
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