Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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Muitos de nós, quando ouvimos falar em disciplina, logo imaginamos estruturas militares rigorosas, normas que amedrontam. Ou algo parecido.

No entanto, disciplina é a ordem que convém ao funcionamento regular de uma organização. Observação de preceitos ou normas.

Nosso lar é a primeira organização da qual fazemos parte. Deve ser nele, portanto, que se deve fazer presente a disciplina.

Alguns de nós damos aos filhos uma comodidade um tanto exagerada, que resulta em indisciplina.

Com certeza, essa não é a nossa intenção, mas o resultado nos escapa e nos desagrada.

Movidos pelo afeto, tantas vezes nos esquecemos de estabelecer normas que convêm ao bom funcionamento dessa organização chamada lar.

Envolvemos os pequeninos em cuidados e zelos tão exagerados, que prejudicamos a sua formação moral.

Por vezes, colocamos nossos filhos num patamar semelhante ao de príncipes ou princesas, fazendo tudo por eles.

Dessa maneira, estamos lhes ensinando que eles só têm direitos. Nenhum dever. Devem ser servidos, nunca servir.

Isso também lhes diz que nós, pais ou responsáveis, só temos deveres e nenhum direito.

Se ao chegarmos em casa, vamos fazer nossa refeição, basta que o pequeno solicite nossa atenção, para, de imediato, largarmos o prato e atendê-lo.

Se estamos ao telefone e ele fala conosco, deixamos de dar atenção ao outro lado da linha para ouvi-lo.

Ele tem o direito de falar quando quiser, no volume que achar conveniente.

Tem o direito a fazer suas refeições tranquilamente, dormir na hora que desejar, jogar as roupas sujas onde quiser.

Pode deixar seus brinquedos espalhados pela casa inteira. Alguém fará tudo por ele.

Esquecemos que nossos filhos crescem. Envolvem-se numa outra organização, chamada sociedade, na qual gerarão problemas.

Se os ensinamos que só têm direitos, cobrarão da sociedade esse mesmo tratamento que lhes foi dispensado dentro do lar, ao longo da infância e adolescência.

Quando saem no trânsito, querem que todos lhes abram alas. Afinal, eles querem passar.

Não se importam se irão obstruir os cruzamentos, nos semáforos, impedindo a passagem dos outros. Ou se irão atrapalhar, ficando em filas duplas.

Eles sempre tiveram a preferência. Não pode ser diferente, agora.

Quando necessitam de algum processo junto aos órgãos competentes, querem ser atendidos primeiro. Seus direitos vêm sempre antes dos demais.

É importante que reflitamos acerca de como tem sido o nosso comportamento para com nossos filhos.

É importante estabelecer limites, que devem ser respeitados.

Importante dar aos filhos responsabilidades desde a infância, como manter seu quarto em ordem, respeitar os direitos dos demais membros da família e dos serviçais.

E jamais devemos esquecer que o exemplo é a melhor forma de educação.

Se somos daqueles que acreditamos que a disciplina não é necessária, observemos um veículo rodando sem freios e teremos ideia do que seja a falta de limites.

Dessa maneira, ensinemos disciplina e respeito aos nossos filhos.

E sejamos exemplo do que desejamos que eles sigam como modelo.

Redação do Momento Espírita.
Em 18.10.2023.

 

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