Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Espírito de finesse

Blaise Pascal foi um gênio matemático do século dezessete. Inventou a máquina de calcular. Ingressou pelos estudos da física. Foi filósofo.

Depois de um grave acidente de carruagem, no qual quase pereceu, ele teve uma espécie de êxtase, a partir do qual demonstrou um desejo ardente de se consagrar às coisas espirituais.

Ele escreveu dezoito cartas, consideradas um dos maiores monumentos da literatura francesa e atestado de uma grande sinceridade cristã.

Em seus escritos sobre a apologia do Cristianismo, ele jamais se refere a Cristo morto. Apresenta Cristo vivo, sempre vivo, aquele Cristo que segue com os homens, todos os dias.

Amar era para ele a melhor forma de crer, a razão do coração que a razão desconhece.

Deus é, antes de tudo, o Sumo Bem, o Alvo do Amor. Afirmava não poder crer senão num Deus que ele pudesse amar sinceramente.

A mensagem para a Humanidade de sua época, para os melhores homens do século, foi uma mensagem de vasta, profunda e panorâmica espiritualidade cristã.

Uma espiritualidade que brilha em todas as páginas do Evangelho, a Espiritualidade do Cristo.

Ele se refere, em seus escritos, ao Espírito de finesse e ao Espírito de geometria. O Espírito de geometria representa a razão exata, a razão matemática.

O Espírito de finesse ou de gentileza é a lógica do coração.

Em um discurso recente, ouvimos alguém repetir o que lera alhures e se encantara:

O Espírito de gentileza é o perdão e o Espírito de geometria é a dureza de coração.

O medicamento no hospital é o Espírito de geometria, e a visita de quem ora pelos doentes é o Espírito de gentileza.

Espírito de geometria é o professor que não considera uma possibilidade diferente na resposta do aluno. E o Espírito de gentileza é o professor que resgata um aluno perdido.

Espírito de gentileza é a compreensão. Espírito de geometria é o julgamento. Espírito de gentileza é a compaixão. Espírito de geometria é a indiferença.

Espírito de gentileza é a solidariedade. Espírito de geometria é o egocentrismo. A ciência seria a geometria e a espiritualidade a gentileza.

Pascal dizia que essa contradição era necessária para a nossa vida, e que ambas as razões, a exata, calculada e a razão do coração são imprescindíveis.

O Espírito de geometria é um lado objetivo que também faz falta. É, portanto, necessário.

Porém, a Humanidade dos dias atuais nunca precisou tanto do Espírito de gentileza.

Aquela gentileza que não é imposta. É espontânea, brota da alma que se preocupa com o outro.

Pode ser por um ser humano, pode ser por um animal, por uma planta, um jardim.

Espírito de gentileza é Espírito de trabalho, de serviço. Não se trata de um mero modo de civilidade.

Representa estar sempre disposto a dar algo mais com a recompensa de se sentir muito bem.

Porque se a gentileza beneficia a quem a recebe, muito mais a quem a executa.

Como diz um amigo meu: Se não acreditar, experimente!

Gentileza é o bumerangue da vida, porque, conforme asseverou o paulista conhecido como profeta gentileza: Gentileza gera gentileza.

Redação do Momento Espírita, com base no texto de 26.11.2015,
Esprit de géometrie e Esprit de finesse, de Misa Ferreira, em
 conexaoitajuba.com.br, acessado em 21.8.2023.
Em 16.10.2023.

 

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