Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Além da morte

Cumprida mais uma jornada na Terra, seguem os Espíritos para a pátria espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências físicas.

Chegam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios.

São homens, almas em aprendizagem, liberadas do corpo de carne.

São os mesmos homens que eram antes da morte.

A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem os costumes.

Não lhes concede títulos, nem conquistas não realizadas.

Não lhes retira méritos, nem realizações.

Cada um se apresenta, após a morte, como sempre viveu.

Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande porto da Espiritualidade.

Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia.

A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade.

Muitos agem como turistas confusos em visita a uma grande cidade, buscando incessantemente endereços que não conseguem localizar.

Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades.

Se refletissem um pouco, perceberiam que a vida prossegue sem grandes modificações.

Os escravos do prazer prosseguem inquietos.

Os servos do ódio demoram-se em aflição.

Os companheiros da ilusão permanecem enganados.

Os aficionados da mentira enlouquecem sob imagens desordenadas.

Os amigos da ignorância continuam perturbados.

Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos Espíritos superiores.

Isso porque mesmo os seres mais infelizes e voltados ao mal não são esquecidos ou abandonados pelo auxílio divino.

Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam os seus irmãos, refletindo a paternal Providência Divina.

Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, continuar a viver, embora sem o corpo físico.

A morte a todos aguarda.

Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável.

Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade.

A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução.

A matéria em que nos encontramos imersos, por enquanto, é abençoado campo de lutas e de aprimoramento pessoal.

Cada dia de que dispomos na carne é chance de recomeço.

Esse benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores que resistem à própria morte.

Na contabilidade divina a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos.

Todo amor dedicado ao próximo, em serviço educativo à Humanidade, é degrau de ascensão.

*  *  *

Quando o véu da morte fechar os nossos olhos, nesta existência, continuaremos vivendo, em outro plano e em condições diversas.

Estaremos, no entanto, imbuídos dos mesmos defeitos e das mesmas qualidades que nos movimentavam antes do transe da morte.

A adaptação a essa nova realidade dependerá da forma como nos tivermos preparado para ela.

Semeamos a cada dia a colheita de venturas, ou de desditas, do amanhã.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base nos
 caps. 1 e 16, do livro
Além da morte, pelo
Espírito Otília Gonçalves, psicografia
 de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 2.10.2023.

 

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