Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Questão de bom senso

É impressionante como o ser humano do Terceiro Milênio ainda faz coisas que um mínimo de bom senso desaprovaria.

É claro que não se trata da maioria, mas de uma parcela de pessoas sem compromisso com o bom, com o útil e com o belo.

Estamos falando da moda que surgiu nos Estados Unidos e que algumas emissoras de televisão brasileiras resolveram importar.

Trata-se da exposição de um grupo de pessoas escolhidas para conviver juntas numa casa, por determinado tempo, onde são observadas pelos telespectadores, graças às câmeras que registram tudo, vinte e quatro horas por dia.

Que existem pessoas que se comprazem em expor a intimidade a terceiros, não há dúvida.

Também não há dúvida de que existem aqueles que gostam de bisbilhotar a vida alheia. São pessoas que sofrem de distúrbios psicológicos e como tal devem ser tratadas.

Mas daí a se expor diante das câmeras para a população de um país ou ficar diante da TV observando as momices de alguns desocupados, é falta de bom senso ou do que fazer.

Do ponto de vista das emissoras é de se pensar se não há nada de bom, de útil ou de instrutivo para se veicular nesses horários.

E da parte dos espectadores, é de se questionar se não têm mais nada a fazer que possa dar utilidade às suas horas.

Conviver mais com os filhos, caminhar ao ar livre, ler um bom livro, fazer uma visita a um amigo, a uma pessoa enferma, a uma instituição de caridade.

A grande responsável por esses programas de má qualidade é a demanda. É a audiência. É o cidadão que permite que esse lixo seja despejado em seu lar, em sua sala de televisão.

Isso nos parece muito lógico: se não houvesse o prestígio da população, não haveria interesse por parte das emissoras em veicular, já que divulgam o que o público pede.

Século XXI... e ainda se perde tempo com coisas tão inúteis e até prejudiciais...

Se os espectadores, que assistem esse tipo de programa, pudessem avaliar a importância do tempo que Deus lhes concede na presente existência, certamente não o desperdiçariam com tolices dessa natureza.

Dizemos que é prejudicial porque assistir televisão, sem critérios rígidos de seleção, pode entorpecer os sentidos, prejudicar a criatividade, a capacidade de conversar, de conviver.

Ademais, esse tipo de programação cria a ilusão de que se pode penetrar a intimidade daquelas pessoas enclausuradas, e a de que se pode preencher o vazio interior e superar as próprias frustrações, convivendo com um grupo de estranhos.

É uma grande ilusão, pois os próprios participantes dessas casas de clausura admitem que é impossível serem verdadeiros diante das câmeras.

Dessa forma, uns fazem de conta que expõem a intimidade, e outros fazem de conta que acreditam...

*   *   *

Pensemos nisso e não liguemos a televisão apenas porque ela está lá. Liguemo-la somente quando houver algum programa que realmente queiramos ver, que nos acrescente algo de bom, de belo, de útil, de instrutivo.

Aqueles que participam desse faz-de-conta têm o interesse financeiro, pois há um prêmio em jogo...

As emissoras querem faturar, numa eterna guerra pela primeira posição nas pesquisas...

E nós, telespectadores?

Se todas as pessoas usassem o bom senso antes de acionar o controle remoto da TV, selecionando as boas programações, as emissoras não colocariam no ar programas de má qualidade, inúteis ou prejudiciais.

Assim como o voto é uma arma poderosa nas mãos do eleitor, o controle remoto é a única arma que poderá mudar essa triste realidade, e promover uma mudança na cultura das telinhas.

Pensemos nisso, e façamos a nossa parte!

 Redação do Momento Espírita.
Em 27.6.2013.

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