Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A árvore milagrosa

O tema felicidade é cantado em verso e prosa, desde tempos imemoriais. Está presente em todas as culturas e é, igualmente, objeto de profundas indagações nas escolas filosóficas.

Encontramos, no texto bíblico do livro Eclesiastes, a afirmação do rei israelita Salomão de que a felicidade não é deste mundo.

Podemos considerar como a pura expressão da verdade, desde que, por mais conquistas e ganhos que logremos nesta vida, consideramos que sempre nos falta algo.

A sabedoria popular, repositório de verdades baseadas na experiência e na vivência da Humanidade, tem centenas de ditados sobre a felicidade.

Possivelmente, um dos mais citados é o de que o dinheiro não traz felicidade.

Verdadeiramente, o dinheiro, em si, não traz felicidade ou infelicidade. É como nos servimos dele e para que o utilizamos que poderá nos conferir um ou outro estado.

Frequentemente, confundimos felicidade com a satisfação de algo que desejamos ardentemente: uma longa viagem, a chegada de algum recurso que nos alivie a pressão financeira, a conquista de um prêmio, a aprovação em um concurso.

O poeta e jornalista Vicente de Carvalho explorou, em seus versos, temas sociais, como a escravidão e a miséria.

A respeito da busca pela felicidade, escreveu em um poema que os que nos encontramos, neste planeta, como almas exiladas, sonhamos imensamente com a hora feliz, sempre adiada, que nunca chega em toda a vida.

Refere-se à felicidade como uma árvore milagrosa, carregada de frutos dourados, que não conseguimos alcançar.

O grande segredo, diz ele, é que fracassamos nisso porque sempre a colocamos onde nós não estamos.

Sabedoria em versos.

Não nos acreditamos dotados de felicidade porque desejamos sempre mais daquilo que temos.

Se temos uma casa, a queremos reformar, ampliar, renovar. Caberia nos perguntarmos para que desejamos uma casa tão grande que nos mantenha afastados uns dos outros, os que nos amamos.

Não deveríamos, talvez, pensar em cômodos aconchegantes, que nos mantivessem mais próximos uns dos outros?

Se temos o carro, pensamos na aquisição do modelo mais recente, a última novidade. Ou de cor diferente, lançada, há pouco, pela indústria automobilística.

E por aí seguimos. Deixamos de viver a felicidade do que temos, do que usufruímos, para pensar que seríamos verdadeiramente felizes se tivéssemos mais, mais.

Não nos é proibido sonhar, desejar crescer, ter móveis e imóveis que nos garantam conforto e segurança.

O exagero, a insatisfação constante é que são danosos, não nos permitindo ser felizes.

É não sabermos colher os frutos da árvore da felicidade.

A família, os amigos são bens que, quase sempre, deixamos de considerar. Só nos ressentimos de sua falta, quando partem, quando nos deixam com a dolorida ausência das suas presenças.

A felicidade, realmente, não é do mundo das formas exteriores, mas é a construção do nosso mundo interior, governado pela consciência tranquila.

É a alegria da convivência com aqueles que nos amam, que nos estimam, que estão conosco, no lar, no trabalho, no companheiro voluntário.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base no poema
 
Felicidade, de Vicente de Carvalho (1866 - 1924).
Em 13.9.2023.

 

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