Brasil de raízes africanas, de filhos de outros povos, trazidos escravos.
Brasil de amas de leite, de sinhás e de sinhôs.
Brasil de palavras em dialetos estranhos, de deuses aos quais agradavam louvores festivos, entre atabaques, danças e meneios ritmados.
Deuses que se manifestavam na senzala, consolando as dores de seres aflitos, libertos antes. Tornados escravos pelo arbítrio de homens ambiciosos, cujo preconceito raiava à loucura.
Homens negros, destituídos de seus tronos, de suas coroas, conhecendo a humilhação do irmão que os deveria honrar e proteger.
Brasil de tribos indígenas, de senhores das florestas e das águas. Guaranis, Tupinambás, Yanomamis, Bororós, e outras tantas dominando as praias e as entranhas virgens das matas verdes.
Espalhadas pelo imenso território a ser ainda delineado, como uma terra de descobertas e de oportunidades.
Indígenas de vida simples, atentos às vozes dos antepassados, em reuniões tribais.
Povos que somente desejavam viver para a caça, a pesca e os seus costumes.
Homens e mulheres desataviados na alma, sem maiores ambições. Respeitadores da natureza da qual extraíam somente o que lhes era necessário.
Homens a quem bastava o sol, a chuva, a lua e as estrelas. A mata virgem, senhora da vida e dos segredos da morte.
Brasil de homens brancos, vindos de variados lugares. Homens que traziam nos olhos a ambição pelo ouro, pelas pedras verdes, pelas riquezas fabulosas de uma terra a ser explorada.
Homens de entradas e bandeiras. Homens de coragem, desbravadores, avançando, moralizados uns, outros, simplesmente destemidos, sem nenhum valor moral que os ilustrasse.
Um país miscigenado.
Povos que lhe constituem a maior riqueza, a diversidade das cores, dos costumes.
Somos um povo de sangue indígena, negro e branco.
Um país de muitas cores, que abriu os braços para os imigrantes de nações que o vieram enriquecer com seu trabalho, com seus valores, com seus filhos.
Um país destinado a ser o coração do mundo.
Coração que pulsa, na recepção ao estrangeiro.
Coração que deseja ser feliz, ver seus filhos crescerem em amor e intelecto.
Um país destinado a ser a Pátria do Evangelho.
Pátria do amor, da solidariedade, da fraternidade.
Um país com problemas tão grandes quanto suas próprias dimensões territoriais.
Um país que aguarda que seus filhos despertem para o bem, fomentando o progresso.
Que os filhos dos seus filhos sejam educados no seio familiar, respeitando a Ordem e o Progresso.
Ordem que não se faz sem instrução, sem valores morais. Progresso que somente se conquista a esforço próprio.
Brasil de muitas cores.
Verde, amarelo, azul e branco no estandarte nacional.
Branco da paz em nossos corações.
Verde da esperança de melhores dias.
Ordem e Progresso como divisa em nossas vidas.
Esta é a hora de alçar o lábaro do amor, da esperança e da paz.
O Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho depende de cada um de nós.
Não tardemos o passo. Não deixemos para mais tarde. Não sejamos omissos no bem, no trabalho, na fraternidade.
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem
psicográfica recebida por Maria Helena Marcon, em data
de 26.6.2023, no Centro Espírita Ildefonso Correia
Em 7.9.2023.
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