Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone O primeiro bebê

E tudo aconteceu assim...

Aquela menina se transformou em mulher e deu à luz. Ao ter nos braços o pequeno nascido, ficou um tanto apreensiva.

Daria conta do recado? Conseguiria ser uma boa mãe?

Ela se preparara ao longo dos meses da gravidez, lendo, frequentando cursos. Também ouvira múltiplas recomendações de amigas que tinham seus bebês, de sua mãe, das tias.

Eram tantas coisas e, por vezes, até controversas, que ela se sentia quase aturdida.

Segurando a sua preciosidade, tão pequenina, nos braços, se perguntou se ele saberia que ela não tinha a menor ideia do que realmente deveria fazer.

Era seu primeiro bebê. Tudo era inesperado. Os livros falavam de tantas coisas mas, quando ele chorar, como iria identificar qual era, realmente, a sua necessidade?

Como poderia saber se era fome, desconforto, se apenas desejava ser aconchegado junto ao coração materno, que ouvira dia a dia, durante meses?

E o primeiro banho, teria habilidade suficiente? Não o deixaria escorregar na banheira, não deixaria que água ou shampoo agredisse seus olhinhos? E a temperatura da água - acertaria?

As primeiras mamadas, a troca da fralda, o vestir de acordo com a temperatura ambiente, nem demais, nem de menos.

Ela era uma profissional, habituada a gerir uma empresa, com vários funcionários, muitas ações. Sabia ser multitarefa, sem problema.

Mas, agora, esse príncipe que trazia nos braços a colocava em quase pânico. Era a joia mais preciosa que jamais pensara poder amar tanto.

Não poderia decepcioná-lo, não lhe oferecendo o apropriado tratamento, ideal para um nobre do trono da sua afeição.

Então, lhe sussurrou aos ouvidos: Pequenino ser, que Deus mandou para a minha vida. Alma querida, que aceitou vir aos meus braços.

Acredite: eu desejo ser a melhor mãe do mundo. Porém, acho que errarei muitas vezes. É possível que, de início, não consiga entender todos os seus gestos, suas caretas, seu choro.

Tenha paciência comigo. Desejo, sinceramente, fazer o melhor.

Vou cantar doces canções de ninar para você. Não tenho a voz de uma grande artista, mas sou afinadinha e meu amor superará qualquer nota melódica inapropriada.

Cantarei baixinho para o seu coração, para seus ouvidos.

E vou lhe dizer que sei assar biscoitinhos deliciosos. Assim que você estiver maiorzinho, vai adorar.

Sei montar barraca dentro de casa para os dias de chuva. Brincaremos de acampamento. Poderemos fazer piqueniques em plena sala, quando o vento, lá fora, estiver castigando a natureza, no inverno.

Vou deixar que você tenha seu animal de estimação, quando o queira. Claro que você precisará cuidar dele: dar água, dar alimento, dar-lhe carinho.

Vou aprender os nomes dos seus amigos imaginários para poder compartilhar das suas brincadeiras.

Quando você for para a escola, colocarei bilhetinhos de amor na sua lancheira e entre seus livros.

Um segredinho: a melhor qualificação para eu ser sua mãe está no fato de eu poder compartilhar esse privilégio com o melhor homem do mundo, seu pai.

Deus sabe mesmo fazer as coisas, não é, meu filho?

Nós amamos você.

Redação do Momento Espírita, inspirado pelo texto
Terna intuição, de Robin Jones Gunn, do livro
 
Histórias para o coração 2, de Alice Gray,
da United Press.
Em 8.6.2023.

 

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